A oposição zimbabuana acusa o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, mediador do conflito no Zimbabué, de pressionar os líderes africanos para que reconheçam legitimidade à "reeleição" de Robert Mugabe, candidato único no escrutínio de sexta-feira.
"Recebi informações de que o presidente Mbeki está a pressionar a União africana (UA) para que tome uma decisão" favorável a Mugabe, declarou o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, numa entrevista publicada hoje pelo jornal sul-africano Sunday Times. Só falta agora a China e a Rússia.
"Promover Mugabe nestas circunstâncias vai contra a opinião maioritária da comunidade internacional, ignora o sentimento dos zimbabuenses e fragiliza, uma vez mais, a sua credibilidade como mediador" na crise no Zimbabué, acrescenta Tsvangirai.
Embora os países ocidentais classifiquem de simulacro a segunda volta da eleição presidencial de sexta-feira no Zimbabué, Mbeki ainda não tomou posição publicamente, parecendo ser mais importante a sua amizade com Mugabe (para além de outros interesses materiais) do que os avisos da comunidade Internacional, ou de Nelson Mandela, Jacob Zuma e Desmond Tutu.
Se dúvidas houvessem... o presidente sul-africano dissipou-as. Mas Mbeki, mesmo no contexto africano, não está isolado. Aguardemos para ver quem são os próximos a dizer que, afinal, Mugabe ganhou e deve ser respeitado como novo presidente do país que é o maior exportador de refugiados.
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