quarta-feira, junho 04, 2008

CPLP? Temporariamente indisponível

Lusofonia? É claro que sim. Não poderia ser de outra forma. CPLP? Essa não. Porquê? Porque é um elefante branco que nem sequer consegue manter operacional o seu site. Visitei-o há uns minutos e de novo tem apenas a velha novidade de que “os conteúdos posteriores a 10 de Abril estão temporariamente indisponíveis”. Temporariamente… há quase dois meses.

Se a Lusofonia é um estado de alma, a CPLP - Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa é algo de palpável em abstracto e de abstracto quando se quer palpável.

Cada vez mais a CPLP mostra como sabe trabalhar excelentemente para os poucos que têm milhões (seja de dólares ou euros) mas que se está nas tintas para os milhões que têm pouco ou nada.

Penso, e já penso assim há muitos anos, que a CPLP em vez dos conteúdos indisponíveis deveria ela própria estar definitivamente indisponível e, é claro, encerrar de vez as portas.

O tecido social, económico e político dos que compõem a Lusofonia (onde, desculpem a insistência, deveria figurar mais um país, Cabinda) está em evolução constante, respondendo como pode (e nem sempre pode bem) aos desafios da sobrevivência.

A relevância das instituições que protagonizam o topo das sociedades merece todo a atenção. No entanto, os principais protagonistas devem ser os operacionais que, no terreno e no dia-a-dia, dão vida e praticabilidade aos países que na nossa língua têm uma parcela da sua Pátria.

E esses são todos aqueles que apostam em 90% de transpiração e 10% de inspiração.

A criação, tanto no âmbito da Lusofonia como dos PALOP, de um sistema de vasos comunicantes é imprescindível. Como algo em constante mutação, a Lusofonia está e estará todos os dias em cima de um tapete rolante que anda para trás. Se se limitar a caminhar, ficará com a sensação de que avança mas, de facto, estará sempre no mesmo sítio.

Por isso, ao contrário dessa coisa a que deram o nome de CPLP, terá de correr para ganhar diariamente alguns metros ou, no mínimo, para não perder terreno.

Sendo certo que a Lusofonia tem pernas para levar a Carta a Garcia, resta-nos ter vontade para lutar contra os que todos os dias nos aconselham (nomeadamente pelo mau exemplo que dão, veja-se o caso da CPLP) a deitar essa carta na primeira valeta.

Mas será, no fim de contas, que tudo isto faz sentido? Faz, com certeza. Os tempos são (continuam a ser) outros. Por isso é preciso abalar algumas coisas, antes que essas coisas nos abalem a nós.

1 comentário:

ELCAlmeida disse...

Pelo que soube ao fim da tarde, via RTP-África o portal da CPLP foi ojecto de um pirata informático.
Será que houve alguma ação de quem não quer o (des)Acordo Ortográfico? Ou a colocação de todos os nomes que suscrevem a contestação atulhou o computador da CPLP.
Assim como assim tem tão pouco para dizer ao público...
Kandandu
Eugénio Almeida