O presidente do Zimbawe já traçou o resultados da segunda volta das eleições presidenciais do próximo dia 27. "Só deixarei o poder quando tiver a certeza de que a terra fica na mão da maioria negra", diz Robert Mugabe.
Vestindo a pele de "comandante Mugabe", o presidente garante aos seus apoiantes que "a terra roubada por colonizadores britânicos tem de ser devolvida aos seus proprietários, o povo negro", acrescentando que, "enquanto isso não acontecer, terá de continuar a ser o presidente". Ou seja, "vou ganhar para evitar que os ingleses tomem conta do país".
"Quando tiver a certeza de que a devolução da terra aos negros está verdadeiramente cumprida, então poderei dizer: o meu trabalho está terminado", afirma Mugabe, acrescentando que esse desiderato "nunca será possível com o país entregue ao MDC e a Morgan Tsvangirai".
Perante estas afirmações, Morgan Tsvangiri, líder e candidato presidencial do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), diz que "o melhor é afastar-me da corrida".
Tsvangirai, que venceu a primeira volta, no passado dia 29 de Março, mas não conseguiu (segundo a Comissão Eleitoral) os 50% mais um voto necessários para garantir a vitória, diz "que, ou a comunidade internacional garante condições para que as eleições não sejam mais uma farsa, ou terá de abandonar a corrida".
"Tudo indica que, e basta ver que Robert Mugabe já se considera o vencedor, as eleições serão uma farsa", salienta Tsvangirai, perspectivando que "o MDC não pode, nem deve, participar numa fraude porque, se o fizer, estará a dar cobertura a um acto ilícito que, aliás, é conhecido de toda a comunidade internacional".
Segundo Mugabe, "o Zimbabwe não pode voltar a cair nas mãos dos britânicos, que mutilaram e mataram a população indígena por resistir à colonização e querem continuar, agora pelas mãos do MDC, a colonizar um país que quer ser independente".
Mugabe afirmou que a segunda volta das presidenciais, na próxima sexta-feira, é uma oportunidade para "todos os zimbabweanos patriotas rejeitarem tentativas de nova colonização do país, de uma vez por todas".
De acordo com Mugabe, os veteranos da guerra pela libertação do Zimbabwe ter-lhe-ão dito que "a defesa da independência, soberania e da terra não é uma questão que possa ser decidida num processo eleitoral como o que se realiza na próxima sexta-feira".
Perante os alertas e dúvidas, a União Europeia afirmou ontem que está pronta para "adoptar medidas adicionais contra os responsáveis pela violência no Zimbabwe".
Em comunicado elaborado após a Cimeira de Bruxelas, a União Europeia pede à União Africana e à Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral a disponibilização urgente de um número significativo de monitores para as eleições, assim como a garantia da presença contínua dos mesmos no país até o fim do processo eleitoral.
Observadores regionais admitem, contudo, que o cenário é fácil de antever: Ou Mugabe ganha e continua como presidente, ou a violência vai continuar.
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Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
2 comentários:
Já há mortos nos jovens da oposição a Mugabe...Orlando, ninguém para esses facinoras racistas e fascistas?
será que sevai repetir novamente o Ruanda/Burundi?
mas estão à espera de quê este assassino só será detido se fizer mal aos familiares de algum diplomata senão gozará a seu belo prazer é muito tristo um besta com 84 anos que nao pode com uma bofetada deixarem-no fazer o que lhe apetece enfim não há pretólio
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