O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos Horta, admitiu hoje em Díli que a candidatura ao cargo de alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos o deixou num "grande dilema". Dilema? Grande? Ora essa, caro Presidente. Aceite que os timorenses agradecem!
"Estou relutante porque fui eleito por cinco anos para chefe de Estado e porque gosto de estar aqui no meu país", afirmou hoje José Ramos Horta. É. São cinco anos, mas o povo até compreende os “sacrifícios” que terá (?) de fazer.
"Mas se aceitar o cargo, posso ajudar outros países e Timor-Leste poderia ter uma contribuição para a comunidade internacional", acrescentou. Ora aí está. Se for, como espero, os timorenses ficam a “dever-lhe” mais este patriótico acto.
O nome de José Ramos Horta está entre a lista restrita de candidatos ao lugar de alto comissário de Direitos Humanos.
O presidente timorense explicou hoje que a sua escolha seria mais fácil "se o país estivesse cem por cento estável e (o Presidente da República) não fizesse tanta falta". Que não está estável todos sabemos. Quanto ao presidente fazer falta (se é que faz), não é nada que não se resolva.
O chefe de Estado timorense remeteu a sua decisão para depois de uma conversa telefónica que terá nos próximos dias com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e que poderá levá-lo a aceitar ser entrevistado pelo painel de selecção do alto comissário.
Veja, caro Presidente, que não faltam exemplos de quem se dedicou à causa geral prescindindo da particular. Em Portugal o exemplo mais visível é o do Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. E, pelo menos na altura, os portugueses nem notaram a falta...
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