O meu amigo Eugénio Costa Almeida foi aos arames, está farto de ir e vai continuar a ir, por ter visto no portal da RTP, que o naufrágio do navio "Le Joola", em que faleceram 1.863 pessoas, em Setembro de 2002, se deu na costa da Zâmbia.
E foi aos arames porque, tanto ele como eu (e se calhar poucos mais haverá) pensávamos que a Zâmbia não tinha costa.
No nosso tempo, a Zâmbia era um país interior de África, limitado a norte pela República Democrática do Congo e pela Tanzânia, a leste pelo Malawi, a sul por Moçambique, Zimbabué e Namíbia e a oeste por Angola.
Acontece que segundo o montador da Lusa (Jornalista não é, com certeza) que escreveu a notícia reproduzida pela RTP e por muitos outros meios onde o copy-past é a mais recente vocação jornalística, a geografia mudou.
Ficamos, a partir de agora, a saber que a Zâmbia tem costa, tal como em tempos ficámos a saber que a terceira causa de morte em Moçambique era a queda de cocos, ou que o Caminho de Ferro de Benguela “liga esta cidade à Luanda Norte, centro de prospecção de diamantes...“
Como disse alguém, nunca é tarde para aprender...
Eu sei que, bem vistas as coisas, esses países ficam lá longe, muito longe. Além disso são habitados por negros, espécie que pelos vistos só conta quando tem petróleo e similares. De qualquer modo, não seria mau (apesar de serem todos negros) dizer que o naufrágio foi um pouco, um pouquinho ao lado da Zâmbia. Foi na Gâmbia.
http://pululu.blogspot.com/2008/09/nada-como-aprender-com-rtp.html
2 comentários:
A Zambia limita com Angola com uma linha recta de mais ou menos 350 Kms, acompanhando o Meridianos 22 E, que a Europa riscou com uma régua muito grande.
E a Gambia limita com o Senegal com duas rectas enormes acompanhando dois Paralelos, tambem riscado na Europa.
E ninguem precisou de ir lá para fazer aqueles riscos.
De maneira que para qualquer jornalista europeu, Luanda ou Lunda, é tudo para aqueles lados...!
Meu caro, penso que nós é que não compreendemos. provavelmente foi recuperado o "mapa cor-de-rosa" e foi-lhe dado o nome de Zâmbia.
A minha dúvida prende-se com o facto do consulado britânico em Luanda ter recusado um visto ao jornalista Rafael Marques para o reino unido onde iria continuar uns estudos de pós-graduação numa universidade britânica onde ele já tinha estado a fazer a licenciatura.
Se aquilo tudo for Zâmbia - ou será que os britãnicos pensariam que era Zimbabué, arranjam-me sempre cada confusão - nunca iria dar o visto assim de mão beijada.
Kandandu
Eugénio Almeida
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