sexta-feira, novembro 21, 2008

Ainda ecoavam os resultados eleitorais
e já Kumba era proibido de sair do país

O líder do Partido de Renovação Social, Kumba Ialá, está impedido de sair do país na sequência de uma ordem emitida pela Procuradoria-Geral da República após uma queixa apresentada pelo presidente "Nino" Vieira.

Essa coisa de dizer que o presidente da República, João Bernardo "Nino" Vieira, estava envolvido no narcotráfico pode ter um fim ao estilo de Ansumane Mané ou de do ex-chefe de Estado-Maior da Armada, Lamine Sanha.

Segundo o delegado dos serviços de informação do Estado em Bissorã, Guedes Mendes, foi emitida uma ordem do comissário-geral adjunto da Polícia de Ordem Pública, Armando N'nhaga, para "interditar a saída de Kumba Ialá da Guiné-Bissau".

A mesma fonte afirmou que, quando tentou entregar a nota ao líder do PRS, foi "surpreendido" e alegadamente impedido de abandonar o local pelo próprio Kumba Ialá até à chegada dos jornalistas a Bissorã.

A Polícia de Ordem Pública confirmou também, em conferência de imprensa em Bissau, a ordem para Kumba Ialá não abandonar o país. Kumba Ialá já foi notificado oficialmente desta decisão.

A decisão da PGR surge no dia em que foram anunciados os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau, em que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) conquistou mais de dois terços dos cem lugares no parlamento.

Kumba Ialá, antigo Presidente guineense, disse que a direcção do PRS vai reagir sobre os resultados, que considerou "caricatos".

Em declarações à agência Lusa em Bissorã, a 80 quilómetros a norte de Bissau, Kumba Ialá disse que está a "ser incomodado por causa de um alegado acto de inquérito do Ministério Público sobre as declarações que fez durante a campanha".

Kumba Ialá não especificou as declarações em causa, proferidas durante a campanha.

"As declarações da campanha são declarações da campanha", disse Kumba Ialá, acrescentando que "o Presidente "Nino" Vieira é o queixoso".

"É falso que pretendo abandonar o país", garantiu Kumba Ialá, questionado sobre a natureza do crime de que é suspeito. "Vou ficar na Guiné para reorganizar o partido para as presidenciais de 2010", sublinhou.

1 comentário:

ELCAlmeida disse...

Se pensarmos que já em outras alturas também dizi que não ia sair do País e esteve fora quase três anos, até se compreende a posição do PGR.
E até é bom que ele vá ao PGR e prove o que diz. Pode ser que assim a guiné-Bissau comece a se livrar de certas pessoas que tudo têm e o Povo nada tem.
Como em outros lugares de África, infelizmente e diga-se, e na mesma posição cimeira...
Kdd
EA