quarta-feira, novembro 05, 2008

PSD e PS fazem tudo para fingir
que não são fuba do mesmo saco

O líder parlamentar do PSD e o ministro das Finanças trocaram hoje acusações de protecção de interesses escondidos na defesa da lei das nacionalizações, durante o debate sobre a nacionalização do Banco Português de Nehócios e a recapitalização do sistema financeiro. O que eles fazem para fingir que não são farinha do mesmo saco!

Depois do líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, ter dito que houve falhas na regulação do caso do BPN, o ministro das Finanças deu uma resposta que gerou fortes protestos dos sociais democratas.

"Não sei que interesses é que o senhor deputado quer proteger ao falar em falha de regulação", afirmou o ministro Fernando Teixeira dos Santos.

Em resposta, Paulo Rangel disse que o PSD não admitiria "qualquer tipo de insinuação" como aquela feita pelo ministro, exigindo um pedido de desculpas por parte de Teixeira dos Santos.

"Tornou-se evidente que há uma agenda que o Governo quer proteger com esta nacionalização [do BPN]", referiu Paulo Rangel, acusando o Executivo de estar a "esconder a falha completa da regulação e a intervenção não atempada do governo" no caso do BPN.

"Se há alguém que não quer que se esclareça tudo é o grupo parlamentar do PS", afirmou o deputado social-democrata, referindo-se à rejeição decidida terça-feira pelos socialistas de uma proposta para ouvir antigos administradores do BPN e o seu actual responsável, Miguel Cadilhe. O líder parlamentar do PSD disse ainda recear que a nacionalização do BPN "não permita que as investigações sejam conduzidas até ao fim".

Teixeira dos Santos disse que o Banco de Portugal "adoptou os processos de contra-ordenação que tinha de adoptar e fez a denúncia à Procuradoria Geral da República".

No domingo, o ministro das Finanças anunciou que o governo irá proceder à nacionalização do BPN depois de terem sido detectadas perdas de 700 milhões de euros numa altura em que o banco enfrentava o risco de uma ruptura dos seus pagamentos.

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