A União Europeia prepara-se para alargar a todas as companhias de transportes aéreos de Angola a proibição de voar na Europa. Luanda começa a ficar com os nervos à flor da pele porque considera injusta a decisão.
A decisão de Bruxelas alarga o âmbito da proibição que até agora só incluia a TAAG, contrariando afirmações políticas, como as do embaixador francês em Angola, Francis Blondet, que afirmou ser possível o caso da transportadora angolana ficar resolvido ainda este ano.
O optimismo francês devia-se, segundo o embaixador, "aos bons resultados das inspecções e consultas que os especialistas franceses têm feito à companhia angolana e ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC)".
Para sair desta crise, iniciada em Abril de 2006 a partir de uma denúncia da França, a TAAG tem implementado uma série de melhorias a nível dos seus serviços, "seguindo, no dizer de uma fonte da transportadora, à risca todas as exigências feitas pelo comité de Segurança Aérea da UE".
Luanda estranha, entretanto, outras coincidências que envolvem este assunto. No início deste mês, o auditor contratado pela IATA - Associação Internacional do Transporte Aéreo para realizar a última inspecção de rotina à TAAG, abandonou Angola antes da data prevista para concluir o seu trabalho, dando a entender, informalmente, que a companhia poderá deixar de pertencer à referida organização, talvez já a partir de 1 de Janeiro.
A decisão do auditor alemão (cuja investigação foi, aliás, pedida por Luanda) gerou desconfiança na TAAG cuja Administração entende que a decisão da IATA (embora seja um organismo de cariz comercial) está ligada à lista negra da União Europeia.
O comissário Europeu responsável pelos Transportes, Antonio Tajani, notificou ontem o Parlamento Europeu da posição assumida pelos especialistas europeus, e que inclui outras empre angolanas que na sua maior parte apenas realizam voos locais no país ou regionais em África, como são os casos da Aeronáutica, Aero Tropical, Air 26, Air Gemini, Alada, Angola Air Charter, Diexim Expresso, Planar, SAL e Transafrik International.
A UE explica que os problemas de segurança detectados na TAAG ainda não foram corrigidos e que são comuns a todas as empresas de transportes aéreos de Angola. Em 4 de Julho de 2007, Bruxelas anunciou a inclusão da TAAG na lista negra das empresas interditas de operar na Europa, por motivos de falta de segurança, depois de o Comité de Segurança Aéreo, uma semana antes, ter aprovado por unanimidade uma decisão nesse sentido.
O processo relativo à TAAG remonta a Abril de 2006, tendo sido a França a detectar "sérias deficiências" ao nível de segurança na frota da transportadora angolana.
A "lista negra" da Comissão Europeia inclui cerca de uma centena de companhias aéreas e é elaborada com base em contribuições nacionais dos Estados-membros, que comunicam a Bruxelas quais as companhias com eventuais problemas.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugl)/Orlando Castro
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1040544
3 comentários:
Quem é o culpado da TAAG na lista?
Antigos especialistas dos serviços de segurança de voos (Escolta Aérea) da TAAG num total de 18, aos quais se juntavam mais 120 colaboradores, que estavam sob dependência do Ministério do Interior, até 1992, ano que passaram a integrar os efectivos de um chamado Gabinete de Segurança e Facilitação da TAAG, denunciaram a existência de graves irregularidades no sector. Segundo eles, na documentação a que o Semanário Angolense teve acesso, estas irregularidades podiam terminar em tragédia.
Desta mesma documentação estava algumas cópias de planos falsos que eram produzidos por ISAIAS da SILVA KUANGO, para o seu envio as cidades onde a TAAG operava, com maior frequência: Lisboa, Paris e Rio de Janeiro. Como o intercâmbio de informações entre os serviços de segurança estatais e as transportadoras Nacionais faz parte dos costumes internacionais, em 2000, foi solicitado os referidos planos de Segurança pela a autoridade de Segurança de aviação civil (do Rio de Janeiro e Lisboa), tendo o então chefe do Gabinete de segurança e Facilitação (GSF), os enviado, onde atribuía a Miranda Carlos Major, Eurico Ventura Luís “RUSSO” e José Catarino de Almeida, os cargos de chefes de Departamento da Defesa, Escala e Operacional, respectivamente, órgãos que nunca existiram no Organigrama da Companhia.
No mesmo ano trataram de endereçar um documento ao Sr. Ministro dos Transportes, André Luís Brandão, para que resolvesse a questão acima referenciada, pois segundo eles previa que tarde ou cedo a situação resultaria na interdição da TAAG de voar para Lisboa e Rio de Janeiro, as rotas mais solicitadas, com eventuais prejuízos incalculáveis para a transportadora, visto que são as que mais receitas produzem.
De acordo com a situação exposta, em Junho de 1997, por orientação da Casa militar da Presidência da República, O ministro André Luís Brandão , instruía o então PCA da TAAG, Miguel Costa, para que resolvesse a questão, devendo este depois informá-lo da « solução adoptada para o efeito». Porém, tal como nas ocasiões anteriores, nada que se viu.
Em Novembro de 2002, os Funcionários do antigo GSF, representados por uma comissão, escreveram para o então PCA Mateus Neto, protestando pelo silêncio que mereceram todas as suas exposições anteriores, sem deixar de avisar que, apesar de pensarem em colocar o caso a Instância superior do País, estavam abertos ao diálogo.
À carga novamente
Em Março de 2002, voltaram à carga, escrevendo novamente para Mateus Neto, desta com conhecimento ao Sr. Fernando Miala, então chefe dos Serviços de Segurança externa e à Sra. Mariana Lisboa, então chefe dos serviços de informação, apresentando propostas para retirar a TAAG do estado caótico que consideravam estar a sua Segurança, por mau desempenho de ISAIAS DA SILVA KUANGO. Denunciavam também alguns comportamentos menos honestos de ISAIAS KUANGO, que em determinada ocasião já facilitou viagens em serviço de pessoas que nada tinham a ver com os serviços de Escolta Aérea da TAAG, com alguns deles a serem expulsos destes países por falta da competente documentação…
Extracto da carta publicada no Semanário Angolense de 31 de Maio ao 07 de Junho de 2003.
De seguida publicaremos a carta de 15.08.2005, dirigida À V/ Excelência o Sr. Engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, com o titulo “o Tortuoso Destino da Segurança das Linhas Aéreas de Angola –TAAG”. Que apesar de merecer uma atenção especial do Sr. P.R, na TAAG caiu no saco roto.
Lisboa, 20 de Novembro de 2008
Luisa Pimentel - Jornalista
A TAAG PARECE QUE NÃO VAI CONSEGUIR SAIR DA LISTA NEGRA
QUEM ACOMPANHOU AS EXONERAÇÕES E DESESTRUTURAÇÃO DOS SECTORES DA TAAG, consegue avaliar as decisões e contradições provocadas pela falta de saber, manifestada pelos actuais responsáveis da comissão da TAAG.
O incidente, vem sendo comentado desde nas primeiras horas que foram publicados as actuais nomeações que, seguido por outros factores, pôde-se perceber, ao longo dos dias, que o sentimento de medo inicial foi-se transformando em uma grande indignação que mobiliza toda a comunidade da direcção da TAAG à maior repugnância.
Num diálogo tenso entre trabalhador da manutenção e engenharia e alguns funcionários ligados a área de segurança de voo da TAAG, constatou-se que a Comissão da TAAG, desconhencendo o verdadeiro papel da segurança de uma companhia aérea, extinguiu a direcção de Segurança e viabilizou como alternativa ao então Gabinete de Segurança, esquecendo-se que com a extinção deste órgão, a TAAG terá necessariamente de desfazer, ou desestruturar o manual de Segurança da Companhia no âmbito de sua aplicabilidade à nível das escalas, uma vez que a recomendação IOSA, exige um figurino contrário a estrutura de um Gabinete e da mesma forma terá de desestruturar o plano de emergência e de contigência. Segundo eles, esta desestruturação pode demorar anos.
Outro comentário consistiu na nomeação do actual chefe de gabinete de segurança, sr. Domingos Cutabiala, uma figura para manifestar a maior inquietação. Deixa desnudado todo colectivo de segurança e trará inevitávelmente consequências negativas do ponto de vista de segurança, caso se mantenha afrente da direcção de segurança, um funcionário de capacidade e idoniedade duvidosa.
Os Especialistas da área de segurança, sentem-se diminuídos e enquanto funcionários de segurança, desencorajados em continuar na área de segurança, por sentirem que o modelo adoptado para a organização da segurança da companhia, mais não fará que desequilibrar o sistema de segurança até agora existente a luz da IATA OPERATION SAFETY AUDIT (IOSA).
Apesar de toda a relevância que se deve atribuir à medida tomada, consideram ser de grande importância manter a Direcção de Segurança, até que se vislumbrem necessariamente os objectivos preconizados pela IOSA e SAFA. Visto que será impossível reorganizar tecnicamente todos normas estabelecidas no manual de segurança até aqui, sem uma sólida base estrutural científica.
Os especialistas ainda, acrescentaram que, é importante que se cumpra com a orientação superior do Estado sobre a refundação da TAAG, sem discurar o facto de que a área de segurança é de importância vital para a operação.
Também, para eles, urge rever a política de segurança da companhia, que a cada mudança que se faz na TAAG, se revela mais inconsequente, mais incoerente e potencialmente mais arrojada. É urgente fazer algo, pois a matéria é de suma importância para o futuro da companhia.
Ainda não conseguem acreditar que perderam um grande chefe que é o Sr. Doutor Domingos da Silva. Ao mesmo tempo, não conseguem se conformar. Pior ainda é lembrar que além dele a segurança voltou a estaca 0.
“Aqui na TAAG, estamos tão anestesiados com a infinidade de desgraças que acontecem a nossa volta que não sentimos mais nada, até o dia em sofremos directamente. Para piorar, o nível de irresponsabilidade, descaso e safadeza dos governantes é tão acentuado, que passamos a crer que não é possível fazer nada, não há salvação, não há nada que possamos fazer directamente. Isso simplesmente não é verdade!
É facto que nossos governantes são uma vergonha nacional, é facto que eles são responsáveis por uma infinidade de desgraças que acontecem nesse país, é facto que provavelmente viveríamos muito melhor se todos eles fossem passar uma longa temporada bem longe daqui, mas também é facto que nós, através de nossas acções individuais, influenciamos a chegada deles ao poder. Cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade para eles estarem lá. Nós também temos a mesma responsabilidade de tirá-los de lá e substitui-los por gente decente, com ética, com responsabilidade, com honestidade.
A TAAG, se transformou em uma bomba relógio. Não podemos mais permitir que ela continue assim. Vamos ajudar aqueles que conhecem o assunto a promover suas ideias. Não se trata de brigar e difamar. Temos que dar voz àqueles que têm propostas coerentes e viáveis. Temos que fazer com que os problemas não sejam esquecidos e jogados para baixo do tapete. Chega de deixar as coisas acabarem em piza!
LUANDA, 14 DE DEZEMBRO DE 2008.
Luisa Pimentel -Jornalista
QUEM ACOMPANHOU A AUDITORIA SIMULADO REALIZADA PELO PESSOAL DA AFRICA DO SUL, NA SEMANA PASSADA PODE MESMO ACREDITAR QUE A TAAG NÃO VAI VOAR AGORA PARA EUROPA.
Por outro lado, consegue avaliar a falta de saber, manifestada pelos actuais responsáveis da comissão de Gestão e a burice de alguns.
Num diálogo tenso entre trabalhadores da TAAG, constatou-se que faltam 20 dias e a TAAG ainda não resolveu o problema dos Manuais, o que significa dizer que o INAVIC ainda não aprovou nenhum, mesmo sabendo que só com a aprovação dos manuais é que se pode ultrapassar os chamados FINDINGS.
Será que a TAAG vai passar, com todos os não conformidades apresentados pela auditoria feita pela Africa do Sul?
É uma vergonha nacional, se a TAAG não passar, uma infinidade de desgraças que acontecerá nesse país, pela culpa do Sr. Ministro dos Transportes.
segundo eles A TAAG, se transformou em uma bomba relógio.
Na carta a seguir verás quem devia ficar e quem devia ser corrido.
04.04.09
Luisa Pimentel - Jornalista
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