Se olhasse (apenas) para o mensageiro não teria, obviamente, aproveitado as afirmações do Partido Nacional Renovador (PNR) de Portugal sobre o regime que (des)governa Angola desde 1975.
No entanto, por deformação congénita, olho sempre para a mensagem, pouco me importanto o nome do mensageiro. É o caso.
Assim, o PNR manifestou-se contra um empréstimo de 500 milhões de euros do Governo português a Angola para financiar projectos de infra-estruturas (e cujo acordo foi assinado em Lisboa, na recente visita que o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, realizou a Portugal), considerando ser este dos países "mais corruptos da economia mundial".
"Angola é um dos países com maiores recursos naturais (petróleo, diamantes), não só em África mas em todo o Mundo, e tem um dos Chefes de Estado mais ricos do planeta", declarou o PNR, referindo que diversas organizações e relatórios apontam aquele país como "um dos mais corruptos da economia mundial".
"Os negócios privados podem ser incentivados, a corrupção nunca, e muito menos delapidar o erário público à custa de quem trabalha, sobretudo numa altura em que o próprio governo justifica as suas más políticas com a crise económica", remata este partido luso.
Recordam-se, a este propósito, do que disse, em Lisboa, no dia 6 de Maio do ano passado, o músico e activista Bob Geldof?
Disse apenas e tão só que “Angola é um país gerido por criminosos”.
Geldof disse apenas o que, aqui no Alto Hama como noutros blogues, tem sido dito e repetido até à exaustão sem que, contudo, tenha merecido alguma atenção.
Geldof disse apenas o que todos sabem, embora sejam poucos (sobretudo no âmbito da CPLP e com Portugal à cabeça) os que os têm no sítio a ponto de o afirmarem.
Bob Geldof falava, recorde-se, no Hotel Pestana Palace, em Lisboa, na conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, organizada pelo Banco Espírito Santo e jornal Expresso, dedicando uma intervenção de cerca de vinte minutos ao tema "Fazer a diferença", no fim da qual o então embaixador angolano e hoje ministro dos Negócios Estrangeiros, Assunção dos Anjos, abandonou a sala.
As verdades, sejam ditas por Bob Geldof ou pelo PNR, são duras mas têm de ser ditas por muito que isso custe ao capataz do reino angolano, Eduardo dos Santos.
Quando se referia às relações históricas e culturais de Portugal com o continente africano - "vocês serão uma voz importante no século XXI", disse para a assistência, Bob Geldof fez uma pausa e virou o discurso para Angola.
"Angola é gerida por criminosos", acusou o organizador do Live Aid e Live 8.
"As casas mais ricas do mundo estão a ser construídas na baía de Luanda, são mais caras do que em Chelsea e Park Lane", apontou, estabelecendo como comparação estes dois bairros luxuosos da capital inglesa.
Aqui no Alta Hama a frase tem sido: “Em Angola poucos têm milhões e milhões têm pouco ou nada”.
3 comentários:
É mais guerra que ai vem. Mas, existe outra solução, creio que não. Porra! até os chineses, chegaram e já se posicionam como conquistadores, opressores, colonizadores. Obrigam ao desemprego dos angolanos para eles ocuparem os lugares. Até para varrer os angolanos não servem. As guerras são necessárias para o desenvolvimento. Enquanto existir um ditador, os jornalstas e a democracia submergem. Ah!..Se o Abel da UNITA não estivesse calado, porque pagaram para ele silenciar...
Quem sai aos seus, isto é antigos colonizadores, não degenera.
Podemos ficar em paz...
como um pais tao acolhedor consegue filhos assim dormimos e acordamos sempre na merda custa tanto assim partilhar o muito que temos mesmo porque somos poucos em termos populacional va la pensem em nos tambem somos filhos desta nacao
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