No mesmo dia em que o Real Madrid ofereceu ao Manchester United 93 milhões de euros pela transferência de Cristiano Ronaldo, ficou a saber-se que mais de 200 milhões de crianças continuam a ser forçadas a trabalhar diariamente no Mundo.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), "três em cada quatro desses menores estão expostos às piores formas de exploração laboral".
Numa mensagem divulgada no âmbito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se assinala amanhã, a OIT estima que mais de 200 milhões de rapazes e raparigas estejam envolvidos em alguma forma de trabalho.
Assim, na véspera do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil o mundo deleita-se com os 93 milhões de euros que o Real Madrid ofereceu ao Manchester United, indiferente ao facto de três em cada quatro crianças e adolescentes que trabalham estarem expostas às piores formas de exploração laboral infantil (tráfico humano, conflitos armados, escravatura, exploração sexual e trabalhos de risco, entre outros).
Segundo a OIT (que, obviamente, não anlisa a transferência de Cristiano Ronaldo), as comemorações deste ano vão procurar salientar os desafios que ainda restam no combate ao trabalho infantil, sobretudo aquele tipo de trabalho que envolve raparigas, discutir o impacto que a crise económica mundial pode ter no agravamento deste flagelo, bem como enfatizar o papel fundamental da educação na solução do problema.
No entender da OIT, a "abolição efectiva" da exploração laboral das crianças - que "são privadas de direitos básicos, como educação, saúde, lazer e liberdades individuais" - é um "dos maiores e mais urgentes desafios do nosso tempo".
A expansão do acesso ao ensino básico, com muitos países a eliminaram as propinas escolares, a implementação de programas de transferência social e uma maior participação dos Governos, que estão agora a ratificar as convenções da OIT sobre o trabalho infantil, são alguns dos progressos mundiais mencionados pela organização.
Fiquemos, entretanto, a medidar no facto de o Real Madrid oferecer ao Manchester United 93 milhões de euros pela transferência de Cristiano Ronaldo...
3 comentários:
Um país do "bacalhau quer alho", com uma televisão subsidiada pelos contribuintes e controlada pelo sôr Santos Silva, a abrir um telejornal das 13 "noticiando" durante treze ou quatorze minutos, a transferência por 93 milhões de um gajo qualquer que joga a bola não sei onde e que vai não sei para onde, só pode ser um país virtual.
Um país com gente que conhece Camões apenas por ter sido cego e ter uma pala no olho ou que Camões foi um pirata, ou ainda que confunde o dia 10 de Junho com o dia da liberdade, não pode ser um país a sério.
Mas o que é certo é que isso ouviu-se ontem numa reportagem de rua da RTP 1, um canal que é subsidiado pelos contribuintes e controlado pelo sôr Santos Silva.
Sinto-me indignado. Francamente, como é que podemos dar a volta a isto?
Um mundo que gasta milhões de proveniência mais do que duvidosa a divertir-se com o pontapé na bola, quando há milhões de pessoas carentes de alimentos, de educação, de cultura e de bem estar, só pode ser um mundo em acelerado estado de putrefacção.
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