Lucas Roque, ex-dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) que representou o partido do Galo Negro no governo de unidade nacional como administrador municipal do Caimbambo (Benguela), ingressou voluntariamente no MPLA.
O termo “voluntariamente” consta da notícia divulgada pela agência oficial do MPLA, a Angop. E ainda bem que consta... não fosse o pessoal julgar que ele tinha sido obrigado a ingressar no partido que, por sinal, está no Governo de Angola apenas desde 1975.
Lucas Roque, com mais de 20 anos de militância no partido de Isaías Samakuva, disse que decidiu abandonar a UNITA devido às indefinições e pouca clareza de liderança daquela formação política da oposição angolana.
Ao que me parece, começam a ser cada vez mais os militantes da UNITA que falam de indefinições e pouca clareza. Apesar disso, há outras razões para que os angolanos de segunda (todos os que não são do MPLA) queiram ser de primeira.
De facto, esta coisa de querer ser da UNITA e estar sempre de barriga vazia quando, ali mesmo ao lado, existe o todo poderoso MPLA que a troco da subserviência garante uma faustosa vida, não dá para aguentar muito tempo.
"Decidi entrar no MPLA de livre consciência pois considero que na democracia cada cidadão deve optar e seguir o partido que achar capaz de dar soluções aos problemas da população", adiantou Lucas Roque, depois de ter recebido o novo cartão.
Lucas Roque tem razão. Teria sido mais correcto se em vez de problemas da população falasse dos seus problemas. Mas, mesmo assim, é evidente que com dinheiro a nascer debaixo de qualquer bissapa, o MPLA tem tudo para democraticamente continuar no poder durante mais umas dezenas de anos.
Por sua vez o segundo secretário do MPLA no Lobito, Paulo Chimbundu, que fez a entrega do cartão de militante desejou boas vindas à família do "EME", sendo que Lucas Roque doravante passará a usufruir de direitos e deveres constantes nos estatuto do partido.
E foi mesmo à procura desses direitos que Lucas Roque foi. É claro que para se defender do ataque do mabeco pediu ajuda à hiena. Um dias destes verá que, depois de matar o mabeco, a hiena o vai comer. Mas até lá terá as mordomias que o MPLA sempre dá a todos os que traem o seu principal adversário.
Aliás, foi a troco dessas mordomias e de estrelas de generalato que altos quadros da UNITA trairam o então presidente, Jonas Savimbi, contribuindo directa e indirectamente para o seu assassinato.
2 comentários:
Daqui a nada, vamos ter tres amigos de EX-PIDE/GNR/GDS a governar na terra de Cabral.
Daqui a nada, Amilcar Lopes Cabral seria morto, mais uma vez!!!
Mas, parece a chuva estragou a festa de Didinho e de mais "gangs" dos assimilados com amiguinhos hipocritas!!! E ele, Didinho, esta ficando cada vez mais nervoso e maluco. De momento, esta "pisando" em tudo que aparece em frente!!!
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