quarta-feira, junho 24, 2009

“Todo os salazaristas devem
abandonar a Guiné-Bissau”

Lembram-se os guineenses, mas também os portugueses, do que disse, ao seu melhor estilo, Kumba Ialá em Janeiro de 2003? Certamente não. Creio, contudo, que não é mau lembrar.

Kumba Ialá atacou os «neocolonialistas» , afirmando que «Salazar já morreu» e que, por isso, «todos os salazaristas devem abandonar o país».

Nem mais... Mas há mais...


O então presidente da Guiné-Bissau desferiu um violento ataque aos "neocolonialistas", afirmando que "o aeroporto está aberto para a saída de todos aqueles que têm compromissos com os portugueses".

O chefe de Estado guineense concentrou o verbo "atacar" nos políticos da Guiné-Bissau que considera serem "amigos" dos portugueses e no Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

"Algumas pessoas já entenderam a essência da democracia, mas outras nem por isso, e os que nos querem hoje ensinar o que é a democracia são aqueles que atrasaram o país durante 500 e que são, ainda, as antenas e os acólitos do neocolonialismo na Guiné-Bissau", afirmou Ialá.

"Não há mais lugar para o neocolonialismo na pátria de Amílcar Cabral, mesmo que seja em sonhos, porque foram estas pessoas que enganaram o ex-presidente "Nino” Vieira, conduzindo o país à guerra" de 7 de Junho de 1998, avisou então Kumba Ialá.

"Cada povo tem a sua civilização e a civilização da Guiné- Bissau é a sua cultura que confronta com o complexo de alguns políticos", frisou.

"Aqueles que têm dívidas ao Estado vão ser obrigados a pagar e esse momento está para chegar, mesmo que estejam escondidos em partidos políticos", avisou, numa alusão ao líder do PAIGC.

Carlos Gomes Júnior era o alvo por ser um empresário de sucesso, com fortes ligações a empresas portuguesas públicas, sobre quem Kumba Ialá já lançou fortes suspeitas sobre a origem da sua fortuna e prometeu "abrir o livro" em breve.

1 comentário:

FLAVIO FERNANDES disse...

Obrigado Orlando por nos teres reavivado a memória a nós guineenses, porque, infelizmente, ela nos tem faltado imenso, o que nos leva a ter opções bastantes macabras sobretudo ´desde que o "voto" se tornou livre na Guiné. É de facto inadmissível, em pleno século XXI, lidar com personagens que se intitulam de políticos, com tamanha ignorância e de tão baixo perfil. Ficamos a aguardar o desfecho do dia 28 de Junho, de certeza que teremos o mesmo cenário de 2005, com a ocupação da Presidência.