sexta-feira, junho 13, 2008

Adiado o julgamento de William Tonet

O Tribunal Provincial de Luanda adiou a primeira sessão do julgamento do director do Semanário Folha 8, William Tonet, por alegada difamação e calúnia contra a primeira dama de Angola, Ana Paula dos Santos, num artigo publicado no seu jornal em 2004. A sessão marcada para as nove horas desta sexta-feira não chegou a ter lugar. O réu e os jornalistas que aguardavam pela audiência só às onze horas foram informados pelos juízes que a sessão estava adiada para uma data não precisada.

William Tonet declarou à Voz da América, momentos depois, ser estranho que a ofendida e os seus assistentes não estivessem presentes.

«Só na altura tivemos disso conhecimento de que havia impedimentos que faziam com que eles não se fizessem presentes. As conclusões, as ilações, acho que todos os ouvintes poderão fazê-las não carece que nós entremos em mais pormenores».

O director do Semanário Folha 8, recordou que a matéria que os levou hoje ao Tribunal tinha sido publicada há quatro anos:

«Este é um processo que remonta a 2004 e foi uma pequena notícia na rubrica «A Quente» jornal cujo articulista, por infelicidade, já não faz parte do mundo dos vivos já que faleceu no ano passado. Mas como a peça não foi assinada, nestes casos responde o director do jornal e é nessa qualidade que nós estamos presentes no processo e também a empresa proprietária do jornal».

William Tonet recorda aqui a notícia veiculada pelo seu jornal e explica as razões do assunto ter merecido destaque.

«Não deveria ter levantado tanta poeira, nem servir para incendiar a floresta, mas tão só dizia: a Clínica Multiperfil, pertencente à dona Ana Paula dos Santos, negou-se a prestar assistência médica a cidadãos que haviam sofrido um acidente de viação. E a única referência que é feita a dona Ana Paula dos Santos é esta, é dizer que era sua pertença. Tudo o resto teve a ver com o facto da instituição em si, a Multiprefil, o director e o médico de plantão que pelo facto dos sinistrados não terem dinheiro para pagar a caução não deveriam ser atendidos naquela unidade hospitalar.»

«Isso é de todo o interesse público, não existe aqui nenhuma difamação, nem calúnia, porque está subjacente que o interesse maior corresponde na constituição que todos os hospitais públicos ou privados devem prestar gratuitamente os primeiros socorros a todos os cidadãos que deles carecerem. Estamos mediante a negação de um direito que está constitucionalmente salvaguardado. E neste caso o que o Folha 8 fez, foi dar respaldo a isso. Publicitar porque é de interesse público, e tanto é que este atraso na prestação da assistência pública resultou na morte de três desses indivíduos. Porque o tempo que levou do local do acidente, no Benfica, para o hospital Maria Pia, morreram três indivíduos», lembrou William Tonet.

Nota do Alto Hama:
Força companheiro. Sei que a força da razão não é suficiente para vencer a razão da força. Mesmo assim… só é derrotado quem deixa de lutar. E, neste como noutros casos, a luta continua…

Fonte: VOA/ A. Mendes

1 comentário:

Anónimo disse...

Como poderiam eles fazer o julgamento se a alegada "insultada" estava a gozar das aprazíveis praias (se é que as há) do Azerbeijão a discutir as relações inter.culturais?
LAN