O Parlamento aprovou hoje com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS-PP, BE e PEV e a abstenção dos comunistas um voto de condenação pela situação no Zimbabué, a que também se associou o Governo.
"O que se passa no Zimbabué é uma escandalosa e gravíssima violação das liberdades fundamentais", afirmou o líder do CDS-PP, Paulo Portas, durante a discussão do voto de condenação apresentado pela sua bancada parlamentar.
Corroborando as palavras de Paulo Portas, o deputado do PS Vera Jardim considerou a situação no Zimbabué como "um caso extremo de poder despótico e cego, violador dos mais elementares direitos".
"O PSD vota favoravelmente este voto e junta a sua voz à onda de indignação pela situação que se espalha pelo mundo", afirmou por sua vez o deputado social-democrata José Cesário, considerando igualmente que está em causa no Zimbabué "os mais elementares direitos".
Pelo BE, o deputado José Moura Soeiro classificou a situação que se vive naquele país como "preocupante para qualquer pessoa que preze e democracia".
"Não há condições mínimas para a democracia", sublinhou.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, que também se encontrava no hemiciclo da Assembleia da República, associou-se igualmente ao voto de condenação, salientando que "os princípios da democracia são inegociáveis".
O líder do grupo parlamentar do PCP, o único que se absteve na votação do voto de condenação apresentado pelos democratas-cristãos, justificou o sentido de voto da sua bancada por os considerandos do documento não fazerem qualquer referência "à ingerência externa" que se passa no Zimbabué.
"Não podemos ignorar as grandes movimentações de ingerências externas", disse Bernardino Soares, aludindo igualmente à ausência de qualquer referência no texto do voto de condenação "à escalada militar" a que se está a assistir.
No texto do voto de condenação apresentado pelo CDS-PP, lê-se que "a Assembleia da República manifesta a sua preocupação face à grave situação política, económica e social vivida actualmente no Zimbabué e apela ao respeito por todas as liberdades cívicas e políticas no país".
"A Assembleia da República condena ainda toda a violência e intimidação existente no actual quadro eleitoral, apelando ao estabelecimento de uma solução pacífica, democrática e respeitadora dos direitos humanos", é ainda referido.
O Parlamento português manifesta também o seu pesar face às vítimas mortais ao longo deste processo político.
2 comentários:
È preciso não esquecer de que muito que se passa em Africa tem o carimbo do imperialismo soviético e os comunistas portugueses também tem a sua culpa no que aconteceu nomeadamente em Angola e é pena os retornados nunca se terem unido para que eles fossem acusados como culpados nos massacres que aconteceram depois de 75.mas é claro que se eles votassem contra o Mugabe estavam a derrotar-se a eles próprios.
Se os dois maiores aliados pró-liberdade (Rússi e China) já disseram que votariam contra (leia-se, vetariam) qualquer declaração no Conselho de Segurança das NU que condenasse Mugabe como poderia o paladino da liberdade portuguesa votar contra Mugabe.
Nem em sonhos!
Será por isso que só juntaram 30 mil, mais coisa menos coisa, em Lisboa de protesto contra Sócrates?
Mau, mais uma vitória dos empresários brancos que tão bem receberam Mugabe...
Kandandu
EA
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