quarta-feira, agosto 20, 2008

Adriano Parreira foi para a rua
porque ousou apoiar a UNITA

Em cada dia que passa o MPLA mostra o que muitos já sabíamos e o que muitos desconfiavam. Quem não for, pelo menos publicamente, do MPLA está condenado. Condenado ao desemprego, à marginalização e até – se for o caso – a chocar contra uma bala perdida (é claro). Que o diga Adriano Parreira.

Adriano Parreira, que ocupava por contrato o cargo de Director do Centro de Estudos, Investigação e Pós-Graduação da Universidade Lusíada de Angola (ULA), foi afastado – segundo o próprio – por ter manifestado o seu apoio à UNITA.

Assim se vê o que é a democracia e o Estado de Direito para o partido que desgoverna Angola há 33 anos.

Adriano Parreira é, igualmente, o presidente do Partido Africano Independente (PAI), que anunciou participar no processo eleitoral em curso, apoiando a candidatura da UNITA.

E, convenhamos, ser apoiante da UNITA é para o MPLA um crime de lesa pátria. A democracia deles é essa mesmo.

Parreira acusa o administrador da ULA, Rui Mingas, de ser o impulsionador da medida. “Rui Mingas afirma que pesou na sua decisão o facto de ter sofrido pressões do seu partido, o MPLA», escreveu Parreira em queixa formal mandada anteontem ao presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

É claro que Rui Mingas pode, porque é do MPLA, aparecer nos “spots” publicitários desta instituição espalhados pela cidade, nos quais o mesmo aparece apelando para o voto a 5 de Setembro próximo.

Adriano Parreira, que ingenuamente julga que Angola é um Estado de Direito, apresentou cópias da queixa ao Procurador-Geral da República, Tribunal Constitucional e União Europeia.

Cá para mim, na nota final da decisão, Rui Mingas deve ter escrito qualquer coisa do tipo: “proponho que Adriano Parreira seja castigado com peixe podre, fuba podre, 30 angolares e porrada se refilar”. Lembram-se?

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