“Por isso não compreendo como a Comissão Nacional de Eleições (CNE) continua a autorizar que um director de um Jornal público e único diário – o Jornal de Angola – continue a escrever editoriais claramente a favor de um partido e denegrindo os restantes”, escreve o meu amigo Eugénio Costa Almeida («Na curva final, que imprensa e que CNE?»).
O que se passa com o órgão oficial do MPLA (Jornal de Angola) passa-se, no que parece não incomodar a CNE ou os observadores internacionais, com a TPA, RNA e Angop. Digamos que fica tudo em família.
Tão em família que o Eugénio Costa Almeida escreve que “é certo que a coordenadora dos jornais emitidos na TPA internacional é militante do MPLA e uma das personalidades com mais poder no País. Mas isso não lhe deve dar o direito nem autoridade suficiente para impedir a isenção que é exigível a um órgão de informação pública como é a TPA”.
Pois aí é que te enganas, meu caro Eugénio. Isabel dos Santos (é dela que falamos) é uma das mulhers mais poderosas e ricas de Angola, é filha do presidente da República e do MPLA, é sócia do homem mais rico de Portugal e, por isso quer, pode e manda em Angola. Não só em Angola, acrescente-se.
Tal como JA, RNA, Angop e TPA (e também, é claro, a CNE pelo menos a fazer fé nas provas dadas até agora) fazem tudo o que o MPLA manda, o MPLA faz tudo o que Isabel dos Santos manda, Isabel dos Santos faz tudo o que Eduardo dos Santos manda, Eduardo dos Santos faz tudo o que lhe der na real gana, está bom de ver que essa peregrina ideia de Angola ser um estado de direito democrático vai, se o MPLA vencer, ser exactamente isso: um peregrina... miragem.
Aliás, como miragem continua a ser a não menos peregrina ideia de que a comunidade internacional iria contribuir para pôr alguma ordem no reino ou, ainda, que a Imprensa internacional, sobretudo a portuguesa, iria revelar o que de facto se passa.
Resta-nos, caro Eugénio, armarmo-nos em idiotas diante dos idiotas que se armam em inteligentes… Isto até que o clã Eduardo dos Santos decida (se é que já não decidiu...) o contrário e ponha a sua máquina a fazer das suas no reino das ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos.
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