Todas as pessoas dentro e fora de Angola (fora, as informadas que se interessam pelo País), já perceberam que o MPLA tem todos os meios na mão, e poderá repetir o que fez em 1992. Ou seja, manipular os "media" que eventualmente não tenham conseguido comprar, e através deles, a opinião pública internacional, manipular os observadores e as instituições.
O facto de ter à sua disposição milhares de milhões de dólares (é isso mesmo, sem contabilizar os bónus que receberá dos concessionários dos novos blocos petrolíferos abertos à exploração, o governo angolano/MPLA já pediu emprestado 12 mil e 600 milhões de dólares nos últimos 3 anos - ou utilizando o modo americano de escrever 12,6 biliões de dólares), que não são controlados, permitindo-lhes comprar muitas consciências, muitos media, muitas instituições.
Também é verdade que as armas todas estão nas suas mãos. Ou seja a violência, a pressão através do terror está nas mãos do governo angolano/MPLA e não nas dos seus opositores. Tudo isto pode pressupor que as eleições são favas contadas.
Mas não são, e para isso é preciso que todos os angolanos dentro e fora do País comecem a pensar e a actuar de maneira diferente. É preciso pensar que os partidos não são todos iguais. Não podemos considerar que os que nunca estiveram no poder vão agir do mesmo modo que o MPLA que lá está há 33 anos.
Muitos políticos são sérios (mesmo alguns do MPLA) e pensar que a UNITA ou qualquer outro partido de oposição actuará do mesmo modo que o MPLA se ganhar as eleições, é um erro, sem qualquer base.
É preciso acreditar nos angolanos, que sabem a verdade sobre quem matou, quem roubou, quem os trata indignamente, quem todos os dias e desde 1975 os obriga a mendigar o pão a que têm direito.
É preciso acreditar na juventude que se mostra inconformada e pronta para a mudança. É preciso acreditar nos jornalistas independentes, que mesmo correndo riscos de vida diários continuam a contar a verdade. É preciso acreditar nas igrejas, em todas elas, que acodem à miséria em que o Povo Angolano vive.
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