No quadro da sua propaganda eleitoral, relata a MultiPress, jovens da organização juvenil da UNITA colocaram a bandeira do seu partido no largo defronte da sede do MPLA, o que o secretário provincial do partido no poder em Angola desde 1975, Boavida Neto, denunciou publicamente, considerando como um acto de provocação embora, num altruismo à espera de votos, tenha dito que o acto merece ser tolerado.
Tolerado? Será que o MPLA já elaborou uma relação dos locais onde a Oposição pode colocar a sua propaganda? É que se forem excluídos os locais onde o MPLA é dono e senhor, se calhar à Oposição resta (na melhor das hipóteses) o deserto do Namibe.
«Nós pautamos pela tolerância e pela compreensão, mas apelamos a sociedade e aos outros partidos políticos concorrentes, vermos as eleições como um jogo em que há regras. Vamo-nos respeitar como angolanos. Não é bom aquilo que os nosso irmãos da UNITA fizeram. Foram mesmo ao comité provincial do MPLA para colarem as suas bandeiras. Isso não é bom. Vamos com o espírito e bênção de Deus perdoar os nossos irmãos porque eles estão inocentes e não sabem o que estão a fazer. Querem confusão. Mas as nossas eleições vão ser livres e justas», disse Boavida Neto com uma lata que certamente faria corar Robert Mugabe.
Quem é o senhor Boavida Neto para, “com o espírito e bênção de Deus, perdoar” a quem quer que seja, alegando ainda por cima que os jovens não sabem o que estão a fazer?
Ao que conta a MultiPress, o segundo secretário provincial da UNITA, Arlindo Baltazar, admitiu que houve excessos ao colocar a bandeira no largo defronte da sede do MPLA e da Repartição Fiscal das Finanças. Então, o melhor é a UNITA perguntar aos donos do país onde pode, ou não, colocar bandeiras. Se o não pode fazer num largo público só porque ele se situa em frente à sede do MPLA, o melhor é rumar ao deserto.
«Os nossos jovens entenderam colocar uma bandeira ali, mas a Polícia viu e levou dois moços. Vistas bem as coisas, não é aquilo que se está a dizer. É pena que temos uma comunicação social que só faz passar uma parte e nós não temos acesso. Eu fui lá, resolvemos a situação, a Polícia entendeu e os jovens foram libertos. A Polícia fez um trabalho isento. Foram jovens que fizeram aquilo. Eles são como os nossos filhos; você diz que não faz isso mas ele volta a fazer. Gostaria que estejamos tranquilos que nada haverá», disse Arlindo Baltazar só faltando, na minha opinião pôr-se de joelhos.
Ou, mais uma vez e com o fantasma de 1992 a pairar em muitas mentes, há razões que a razão desconhece?
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