O presidente da RENAMO, o maior partido da oposição moçambicana, considerou hoje que uma eventual partilha de poder no Zimbabué “será um mau exemplo para a democracia africana e um encorajamento a criminosos”. Ao menos, de vez em quando, aparece alguém que diz umas verdades.
Representantes do Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, e do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), a principal força política da oposição, estão em negociações na África do Sul, para uma solução que ponha termo à crise política naquele país, agravada pela recondução de Mugabe no poder, num processo eleitoral marcado pela violência e consequente boicote da oposição.
Falando aos jornalistas em Maputo sobre uma eventual partilha de poder entre o partido ZANU-FP de Robert Mugabe e o MDC presidido por Morgan Tsvangirai, Afonso Dhlakama qualificou essa possibilidade como “triste e nociva à democracia”, considerando que “irá dar a oportunidade ao ditador e criminoso Mugabe de partilhar o poder com quem ganhou”.
Nem mais. Dhlakama diz o que muitos pensam mas que teimam em não dizer, seja por interesses económicos, políticos ou outros ainda menos transparentes.
Para o líder da oposição moçambicana, “uma solução aceitável seria a renúncia de Robert Mugabe e a entrega do poder ao MDC de Morgan Tsangirai”, que venceu na primeira volta das presidenciais zimbabueanas, realizada a 29 de Março. Pois. Mas vencer não chega. Aliás, ao que parece só mesmo Deus poderá demitir Mugabe.
“Isso (de partilha de poder) é matar a democracia, é desencorajar os que pretendem uma implantação efectiva da democracia em África, é encorajar ditadores e criminosos como Mugabe”, acrescentou Afonso Dhlakama.
De acordo com Dhlakama, a fórmula de governo de unidade nacional, em que os partidos vencedores são obrigados a partilhar o poder com os perdedores, “é um mau precedente para África, pois a força no poder vai a eleições sabendo que vai continuar no poder, independentemente do resultado”.
1 comentário:
Eis na integra um artigo a este proposito que encontrei no "Meu Ser Original":
"Sexta-feira, Agosto 08, 2008
Líder da Oposição Moçambicana lança Movimento Multipartidário Mundial
MMM que significa Movimento Multipartidário Mundial é o nome dado ao recém lançado movimento multipartidário de âmbito internacional cujo objectivo é salvar a democracia multipartidária no mundo, sobretudo no continente africano.
Esta iniciativa do Presidente do maior Partido da Oposição Moçambicana, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, é uma negação do novo sistema de democracia que os líderes africanos tendem a implantar.
Dhlakama condena a instauração de uma democracia africana, salientando que os princípios da democracia devem ser iguais para todos.
Afonso Dhlakama referiu, hoje, aquando da divulgação da criação do Movimento Multipartidário Mundial, em Maputo, que os líderes ditadores africanos que sabem que pela via do voto não são eleitos pelo povo, contornam a democracia criando Governos de Unidade Nacional, onde os vencedores das eleiçøes são integrados no Governo dos vencidos o que pode eliminar o Partido integrado. Exemplificando, o Líder da RENAMO serviu-se das recentes eleiçøes Quenianas e dos cenários que vão sendo criados para a resolução da crise pós-eleitoral no Zimbabue.
Ivone Soares".
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