O primeiro-ministro português, José Sócrates, não poderia dizer o contrário quando elogiou o Governo de Angola, afirma o presidente da UNITA em entrevista a Henrique Botequilha, da Lusa, lembrando porém que "é o povo angolano que vota" nas legislativas de 5 de Setembro. Falou o diplomata e não tanto o líder da Oposição.
No passado 17 de Julho, José Sócrates realizou uma visita de trabalho a Luanda, onde afirmou que "o trabalho do Governo de Angola é a todos os títulos notável".
Sócrates disse isso de um país em que mais de 68% da população vive em pobreza extrema, em que a taxa estimada de analfabetismo é de 58%, enquanto a média africana é de 38%.
Sócrates disse isso de um país em que mais de 80% do Produto Interno Bruto é produzido por estrangeiros, em que mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população de cerca de 18 milhões de angolanos.
Nesta entrevista à Agência Lusa em Luanda, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, considera que "o primeiro-ministro português não pode vir a Angola dizer o contrário", defendendo, no entanto, que "qualquer governo que se preze não poderia fazer menos que aquilo que está a ser feito" em Angola.
Isaías Samakuva afirma que "o Governo poderia ter feito muito mais e com calma, porque nesta corrida contra o tempo, a qualidade das obras não é a mais desejada".
"Esta corrida poderá ter impressionado o primeiro-ministro português, mas são obras que ainda não têm impacto real na qualidade de vida das populações", adianta.
"Não é o que o primeiro-ministro vem dizer que nos preocupa, o que conta é o que o povo angolano vê, vive no dia-a-dia, porque é o povo angolano que vai votar", afirma o líder da UNITA, partido que está representado no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional.
A menos de um mês das legislativas de 5 de Setembro, o presidente da UNITA diz que reprovará qualquer visita a Angola de um chefe de Estado ou de governo no período eleitoral. "Numa altura destas, de campanha, será uma tentativa de demonstrar apoio a um dos partidos - gostaríamos que isso não acontecesse", avisa.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, tem usado no seu discurso o prestígio internacional que Angola está a ganhar, alertando para a sua continuidade no Governo como uma garantia para a comunidade internacional.
"Sarkozy, Bush ou Lula vêm para Angola por causa de Angola e do seu povo e não por causa do MPLA", assinala Samakuva, acrescentando que "nós também somos recebidos nas capitais europeias, mas não é por causa da UNITA, é por causa de Angola e dos angolanos".
"Nós temos conversado com dirigentes desses países que dizem palavras laudatórias ao Governo, mas, para eles, o que conta é a manutenção das relações com Angola. E isso a UNITA garante", afirma.
Nas legislativas, Isaías Samakuva está convicto de que "Angola vai dar um exemplo a África e não só".
"Muitos estão pessimistas, com receio, pensando que, se o MPLA perde, poderá acontecer o que vimos no Zimbabué e no Quénia. Eu creio que não", adianta, mostrando-se ainda convencido de que "os dirigentes do MPLA e o Presidente da República, na sua qualidade de garante da estabilidade nacional, farão com que o poder seja entregue ao partido que o povo escolher".
Será? O MPLA é o mesmo de 1992 e o Presidente da República é o mesmo. Se, nessa altura, a UNITA ainda tinha armas e foi o que foi, como será agora?
Integrada na União Democrática do Centro, um espaço político que reúne mais de cem países do mundo inteiro, Samakuva identifica o seu partido como social-democrata e diz que vai buscar apoios e financiamentos a movimentos políticos em África, Europa e América.
"Mas não temos ilusões, sempre considerámos que os apoios e amizades estão sobretudo na base de interesses", afirma. Segundo Samakuva, a "UNITA é um partido que visa assumir o poder político e, por isso, estando no poder, todos os países com interesses em Angola, darão os seus apoios".
No passado 17 de Julho, José Sócrates realizou uma visita de trabalho a Luanda, onde afirmou que "o trabalho do Governo de Angola é a todos os títulos notável".
Sócrates disse isso de um país em que mais de 68% da população vive em pobreza extrema, em que a taxa estimada de analfabetismo é de 58%, enquanto a média africana é de 38%.
Sócrates disse isso de um país em que mais de 80% do Produto Interno Bruto é produzido por estrangeiros, em que mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população de cerca de 18 milhões de angolanos.
Nesta entrevista à Agência Lusa em Luanda, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, considera que "o primeiro-ministro português não pode vir a Angola dizer o contrário", defendendo, no entanto, que "qualquer governo que se preze não poderia fazer menos que aquilo que está a ser feito" em Angola.
Isaías Samakuva afirma que "o Governo poderia ter feito muito mais e com calma, porque nesta corrida contra o tempo, a qualidade das obras não é a mais desejada".
"Esta corrida poderá ter impressionado o primeiro-ministro português, mas são obras que ainda não têm impacto real na qualidade de vida das populações", adianta.
"Não é o que o primeiro-ministro vem dizer que nos preocupa, o que conta é o que o povo angolano vê, vive no dia-a-dia, porque é o povo angolano que vai votar", afirma o líder da UNITA, partido que está representado no Governo de Unidade e Reconciliação Nacional.
A menos de um mês das legislativas de 5 de Setembro, o presidente da UNITA diz que reprovará qualquer visita a Angola de um chefe de Estado ou de governo no período eleitoral. "Numa altura destas, de campanha, será uma tentativa de demonstrar apoio a um dos partidos - gostaríamos que isso não acontecesse", avisa.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, tem usado no seu discurso o prestígio internacional que Angola está a ganhar, alertando para a sua continuidade no Governo como uma garantia para a comunidade internacional.
"Sarkozy, Bush ou Lula vêm para Angola por causa de Angola e do seu povo e não por causa do MPLA", assinala Samakuva, acrescentando que "nós também somos recebidos nas capitais europeias, mas não é por causa da UNITA, é por causa de Angola e dos angolanos".
"Nós temos conversado com dirigentes desses países que dizem palavras laudatórias ao Governo, mas, para eles, o que conta é a manutenção das relações com Angola. E isso a UNITA garante", afirma.
Nas legislativas, Isaías Samakuva está convicto de que "Angola vai dar um exemplo a África e não só".
"Muitos estão pessimistas, com receio, pensando que, se o MPLA perde, poderá acontecer o que vimos no Zimbabué e no Quénia. Eu creio que não", adianta, mostrando-se ainda convencido de que "os dirigentes do MPLA e o Presidente da República, na sua qualidade de garante da estabilidade nacional, farão com que o poder seja entregue ao partido que o povo escolher".
Será? O MPLA é o mesmo de 1992 e o Presidente da República é o mesmo. Se, nessa altura, a UNITA ainda tinha armas e foi o que foi, como será agora?
Integrada na União Democrática do Centro, um espaço político que reúne mais de cem países do mundo inteiro, Samakuva identifica o seu partido como social-democrata e diz que vai buscar apoios e financiamentos a movimentos políticos em África, Europa e América.
"Mas não temos ilusões, sempre considerámos que os apoios e amizades estão sobretudo na base de interesses", afirma. Segundo Samakuva, a "UNITA é um partido que visa assumir o poder político e, por isso, estando no poder, todos os países com interesses em Angola, darão os seus apoios".
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