No dia 10 de Junho de 2005, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, decidiu "perdoar" as suspensões que a Comissão Nacional de Jurisdição tinha recomendado que fossem aplicadas a Jorge Valentim e Abel Chivukuvuku.
"O presidente do partido, usando de prerrogativas que lhe conferem os estatutos e o regulamento interno da UNITA, decidiu perdoar as suspensões, tendo merecido o apoio total da Comissão Política", referia na altura um comunicado divulgado pelo secretariado para a Informação do maior partido da oposição angolana.
Na origem deste caso estiveram declarações proferidas por Jorge Valentim, ex-ministro do Turismo, e Abel Chivukuvuku, relativas a uma alegada falta de democracia interna na UNITA, tendo os dois dirigentes manifestado desagrado por entenderem que estavam a ser marginalizados pela direcção nacional nos processos de tomada de decisões.
Na sequência destas declarações, a direcção da UNITA instaurou processos disciplinares aos dois dirigentes, tendo Jorge Valentim sido suspenso de toda a actividade partidária até à conclusão destes processos.
A Comissão Nacional de Jurisdição propôs a aplicação de uma pena de seis meses de suspensão a Jorge Valentim e de 30 dias de suspensão a Abel Chivukuvuku.
Posteriormente, o Comité Permanente da UNITA, numa reunião realizada a 4 de Junho de 2005, decidiu manter a suspensão proposta para Chivukuvuku, mas agravou a pena de Jorge Valentim para 12 meses de suspensão.
Esta proposta do Comité Permanente foi apoiada pela Comissão Política, mas os dois dirigentes acabaram por ser perdoados pelo presidente do partido, pelo que podem retomar a sua actividade partidária normal.
É a diferença. Abel Chivukuvuku discordou mas sempre foi da UNITA. Pelo contrário, Jorge Valentim só foi da UNITA enquanto isso lhe interessou e depois, como todos sabem, vendeu-se ao MPLA.
Depois de 5 de Setembro é provável que Jorge Valentim mude de patrão.
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