O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, disse hoje no Lubango, Huila, que não é árbitro no processo eleitoral para as legislativas de 5 de Setembro, mas sim "jogador" pela equipa do MPLA, partido a que também preside. Ora aí está. Caíu a máscara.
O MPLA teme a derrota e, para além de utilizar todas as estratégias para ganhar votos (todas as possíveis e as impossíveis, acrescente-se), chamou para a linha da frente todos os seus generais, a começar por José Eduardo dos Santos que, às segundas, quartas e sextas é presidente do MPLA, às terças, quintas e sábados, presidente da República.
"Alguém em Luanda disse que eu estava a ser árbitro e jogador ao mesmo tempo, mas eu não sou árbitro, penso que ele não ouviu bem e não leu as leis que temos", salientou o Chefe de Estado, que discursava na cidade do Lubango, durante uma visita de trabalho à província de Huila para apelar ao voto no Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido no poder há 33 anos).
Para o Presidente angolano, existe uma Comissão Nacional Eleitoral que conduz todo o processo eleitoral que é um órgão "independente" e não depende do Presidente da República.
"Eu sou o presidente do MPLA, também sou jogador. Mas ele - uma referência aos vários partidos da oposição que criticaram os apelos que tem lançado ao voto no MPLA - é muito esperto, quer que a nossa equipa fique com menos um jogador. Mas eu estou na nossa equipa. A do MPLA que é uma equipa vencedora", frisou.
A questão até é outra. O MPLA não só tem mais jogadores em campo do que os adversários, como foi ele que fez as regras do jogo, foi ele que escolheu os árbitros, foi ele que determinou o tempo de jogo, foi ele que impôs medidas diferentes consoante as balizas são do MPLA ou da Oposição.
Eduardo dos Santos adiantou que "a direcção do MPLA quer todos os membros, amigos e simpatizantes no dia 5 de Setembro no local para votarem para o partido que têm no coração e esse partido é o (MPLA)".
Nisso Eduardo dos Santos pode estar descansado. Até os mortos vão votar no MPLA... tal é o amor que lhe têm.
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