O Governo de Luanda (MPLA, o tal que já lá está há 33 anos) contratou a peso de ouro (o povo que continue a morrer à fome) especialistas brasileiros (estão, de facto e sempre, na moda) em propaganda.
Não serão mercenários, mas trabalham para quem paga melhor. E quem tem dinheiro que nunca mais acaba (embora o povo continue a morrer à fome) é o MPLA.
Esta não tão nova quanto isso incursão dos craques brasileiros recorda-me o que se passou em 2001 quando, no que a Portugal respeita, resolveram dizer de sua justiça a propósito da morte de um concidadão na região de Benguela, vítima de um ataque das FALA.
Na guerra, infelizmente (ou talvez não), as balas não têm olhos. E mesmo que tivessem, os portugueses que então viviam em Angola eram potenciais alvos. Alvos tanto para os soldados da UNITA como para os do MPLA.
Havendo muito mais portugueses do lado da ditadura de Luanda, é natural que desse lado aparecessem mais vítimas.
Aliás, quando Almeida Santos defendeu o uso da guerra para acabar com a guerra em Angola, nada mais fez, é bom reconhecê-lo, do que apontar as armas dos opositores à ditadura de José Eduardo dos Santos aos portugueses que se encontravam no cenário do conflito.
Os amigos dos nossos adversários... nossos adversários são, terão pensado certamente e com toda a legitimidade os soldados das FALA. Não me admirei, por isso, que os portugueses (neste caso) fossem alvos preferenciais. Também o foram quando, por estarem do lado da UNITA, eram alvejados pelas FAPLA.
Aonde se notou a mão criminosa dos especialistas brasileiros foi nos requintes antropófagos com que instruiram os soldados da ditadura de Luanda.
Para efeitos mediáticos, bem à maneira das mais cruéis ditaduras, todos os cidadãos estrangeiros mortos pela UNITA (como aconteceu com esse português) iriam aparecer mutilados.
A propaganda não olha a meios para justificar os dólares. E há sempre quem vá na cantiga. É algo que vende. É algo que sobe audiências.
Pena é que, mais uma vez, os portugueses (começando pelo Governo e terminando em alguns jornalistas) não tenham na altura, e também agora, conseguido perceber o que era propaganda e o que era a verdade.
E se foi assim em 2001, como será em 2008? Não serão mercenários, mas trabalham para quem paga melhor. E quem tem dinheiro que nunca mais acaba (embora o povo continue a morrer à fome) é o MPLA.
Além disso os brasileiros são uma verdadeira tropa de elite. Matam primeiro e perguntam depois.
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