
Não sei se hoje as coisas são diferentes. De qualquer modo, cá estamos para ver, sem fazer fé nos que de cá vão para lá só para ver o que o manual do MPLA manda ver.
Nessa altura o malogrado sub-secretário-geral das Nações Unidas, Ibrahim Gambari, descobriu que as balas da UNITA só conseguiam matar civis e que, pelo contrário, as do MPLA só matavam os militares das FALA.
Ainda hoje não sei como é que o MPLA tinha e tem armas que distinguem os alvos: se for militar... acertam, se não for... desviam. Mas é certamente uma lacuna na minha parca formação militar.
Numa reunião do Conselho de Segurança sobre Angola, Ibrahim Gambari, sustentou que a UNITA era o "primeiro responsável pela continuação do conflito" em Angola. E tinha razão, reconheço.
Reconheço, aliás, com satisfação. Não fosse a determinação de Jonas Savimbi (entre muitos outros, refira-se) e Angola seria hoje, tal como o é Luanda, um pantanal de políticos corruptos onde impera a ditadura dos senhores todo poderosos do MPLA que, à custa dos dólares, compram a subserviência de meio mundo.
"Assim sendo, o Conselho de Segurança tem a responsabilidade de agravar as sanções impostas à UNITA", de forma a forçar o movimento do Galo Negro "a abandonar a violência e a abraçar o processo de paz", defendeu então Gambari, conselheiro especial para Angola do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Nessa altura (será que hoje é diferente?) a ONU mostrou que tinha dois pesos e duas medidas. Luanda podia (será que agora não pode?) fazer o que muito bem entendia e, por isso, praticar o terrorismo que melhor se enquadra nos seus objectivos. É o que as Nações Unidas consideravam terrorismo bom. Já a UNITA não podia reagir, não podia defender-se. Porquê? Porque tinha o exclusivo do terrorismo mau.
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