José Eduardo dos Santos, presidente de Angola e do MPLA, está a ficar fulo com alguns jornalistas angolanos e com uns tantos (poucos, muito poucos) portugueses que teimam em dizer, em ir dizendo enquanto podem, algumas verdades pouco simpáticas para o partido que está no poder apenas desde... 1975.
Eduardo dos Santos mandou e os criados (a comunicação social estatal angolana) sairam à rua para, usando a liberdade que não admitem nos outros, atacarem forte e feio todos os que ousem beliscar a honorabilidade dos “mais altos dirigentes angolanos, do regime ou das instituições".
De facto, sendo o regime angolano democrático e o país um estado de direito, não havendo corrupção e não existindo 68% da população na miséria, não há razões para atacar seja quem for.
Segundo os sipaios de serviço no Jornal de Angola e na ANGOP, dois belos exemplos de democraticidade e liberdade, voltam a ser «os fantasmas do colonialismo» a «explicar muito deste comportamento», salientando que «o racismo, numa primeira linha, responde por esta campanha bizarra, mas a ignorância também joga um papel importante neste autêntico festival de mentiras e calúnias».
«Muitos líderes de opinião portugueses que se têm destacado nesta campanha caluniosa contra Angola e os seus governantes desconhecem em absoluto o nosso país ou apenas têm conhecimento dele pelas informações que lhes são oferecidas por centrais de intoxicação», dizem os rapazes do MPLA.
Lembram-se de em Abril de 2006 ter sido reeditada, embora sem melhorias, a velha tese dos «antigos turistas da Jamba que faziam parte da lista de pagamentos de Jonas Savimbi»?
Pois agora, ao que tudo indica, será posta a circular pelos meios habituais (Jornal de Angola e ANGOP) uma revista e supostamente aumentada lista do tais turistas, ao que tudo indica patrocinada por gente de Portugal que vê nesta oportunidade uma forma de matar dois coelhos com uma só cajadada.
Creio que a nova versão não andará longe de de ter a seguinte introdução:
«Pelos vistos, há escribas que têm sempre um dono pronto a pagar-lhes. Ontem era Savimbi, hoje é Isaías Samakuva. Mas, publicar opiniões sobre algo que não conhecem, é de um atrevimento inaudito. Portugal merecia melhor que estes indigentes mentais que publicam desvairados recados a troco de uns tostões».
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