Nos últimos três anos a economia angolana subiu a dois dígitos, a reboque do sector petrolífero e mineral, que representa mais de 80% da riqueza do país. E, se – como escreveu Henrique Botequilha, da Lusa - para uma parte da população, sobretudo as comunidades rurais do interior, eleições lembram a guerra, para os homens que fazem da capital um colossal centro de negócios, mantém-se o ‘business as usual’.
Só nas últimas dias, a Portugal Telecom lançou em Luanda o portal Sapo Angola, o BFA (detido pelo BPI) promoveu na simbólica fortaleza de São Miguel uma festa de 15 anos de sucesso em Angola, a Bascol anunciou um investimento de 137 milhões de euros em projectos imobiliários no país.
A Agência Nacional de Investimento Privado aprovou, nos últimos dois anos, 400 projectos de empresários portugueses conscientes de que, na maior legislatura do continente africano – 16 anos –, as eleições estavam iminentes.Apesar da confiança externa nos actuais actores políticos e económicos, o eleitorado angolano está atento a outros factores.
De facto a Angola real, a que voluntariamente não é vista nem pelos empresários portugueses nem pelo primeiro-ministro português, é a que consta do relatório económico da Universidade Católica de Angola que reconhece o crescimento e a estabilização macro-económica do país, mas dirige duras críticas à repartição do rendimento, à corrupção e à máquina do Estado.
Ou seja, lembra que 78% do rendimento angolano está em Luanda, que concentra 30% da população do país, o que faz supor que os outros 70% ficam com pouco mais do que nada. Pouco mais do que nada para 70% dos angolanos.
Também a ONU afirma que Angola permanece na cauda do ranking do índice de desenvolvimento humano.
Por tudo isto não admira que o Governo português e as empreas lusas se desfaçam em elogios a uma governação que, bem vistas as coisas, colocou o país na cauda do ranking do desenvolvimento humano e em que 70% dos angolanos ficam com pouco mais do que nada.
É também aqui que está a diferença entre o MPLA (no governo desde 1975) e a UNITA. Para o MPLA, Angola é Luanda e o resto paisagem. Para a UNITA, Angola é tudo.
De facto a Angola real, a que voluntariamente não é vista nem pelos empresários portugueses nem pelo primeiro-ministro português, é a que consta do relatório económico da Universidade Católica de Angola que reconhece o crescimento e a estabilização macro-económica do país, mas dirige duras críticas à repartição do rendimento, à corrupção e à máquina do Estado.
Ou seja, lembra que 78% do rendimento angolano está em Luanda, que concentra 30% da população do país, o que faz supor que os outros 70% ficam com pouco mais do que nada. Pouco mais do que nada para 70% dos angolanos.
Também a ONU afirma que Angola permanece na cauda do ranking do índice de desenvolvimento humano.
Por tudo isto não admira que o Governo português e as empreas lusas se desfaçam em elogios a uma governação que, bem vistas as coisas, colocou o país na cauda do ranking do desenvolvimento humano e em que 70% dos angolanos ficam com pouco mais do que nada.
É também aqui que está a diferença entre o MPLA (no governo desde 1975) e a UNITA. Para o MPLA, Angola é Luanda e o resto paisagem. Para a UNITA, Angola é tudo.
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