O director-geral da Agência Angola Press (Angop), Manuel da Conceição, frisou hoje, em Luanda, que a aposta na modernização e no avanço tecnológico, visa colocar a empresa como um potente e interactivo meio de comunicação para levar o país além fronteiras.
Em matéria de embalagem a aposta foi conseguida. Só falta o resto, ou seja, quase tudo. Por outras palavras, só falta fazer Jornalismo.
"A Angop vive hoje um momento especial, pois apostou nas novas tecnologias de informação para colocar um novo produto ao serviço de uma cidadania moderna", disse o responsável máximo da empresa.
Pois. É verdade. Mas não adianta, como diria o Santos Peras, ter um Ford GT 40 (referia-se, na altura, às seis Horas Internacionais de Nova Lisboa) quando as unhas não vão além de um Fiat 600.
Manuel da Conceição diz ser intenção continuar a ser um dos pilares da promoção da cidadania e de um serviço público de qualidade, salvaguardando a objectividade, o rigor e a isenção da informação. Para que tudo isto exista, bastaria o Fiat 600. Por outras palavras, não é a tecnologia que faz o bom Jornalismo.
De acordo com o director-geral da Angop, pretende-se colocar ao dispor de todos, as informações relativas ao processo de reconstrução nacional e do desenvolvimento de Angola. E eu que julgava (santa ingenuidade) que esse já era o objectivo com a tecnologia anterior...
Danto uma no cravo e outra na ferradura, o director-geral diz que as novas formas de comunicação exigem uma sociedade de informação inclusiva, onde o conhecimento é um valor ético, social, cultural e económico fundamental que promova o desenvolvimento. No entanto, acrescenta que "este desenvolvimento só é possível tendo em conta as políticas implementadas pelo Ministério da Comunicação Social, que sempre apostou na modernização tecnológica dos órgãos da comunicação social".
Num estado democrático de direito, que não é – eu sei – ainda o caso de Angola, não faz sentido a existência de um Ministério da Comunicação Social. No entanto, já que existe, a sua preocupação fundamental deveria ser não a embalagem (tecnologia) mas, isso sim, o conteúdo (liberdade de informação).
Segundo Manuel da Conceição o Portal possui 31 canais, sendo 17 de notícias, 10 de informação e quatro de vários serviços, disponíveis em quatro línguas: português, inglês, francês e espanhol.
Se 17 canais são de notícias e 10 de informação, quer isso dizer que as notícias não são informação? Quem sabe.
Relativamente a conteúdos multimédia, o Portal Angop vai oferecer ao internauta as opções de, para além de leitura, dispor de fotografias em alta resolução, infografia, vídeo-tapes, áudios e desenhos. Contará também com links para ouvir a RNA, ver à TPA e ler o Jornal de Angola.
Pois. Angola aposta (e bem) na mais alta tecnologia. Pena é que não aposte igualmente noutras áreas vitais, talvez ainda mais vitais, como sejam as de dar de comer a quem tem fome.
2 comentários:
Luanda e Angola estão sem energia eléctrica. Logo, tudo o mais entra, está na impossibilidade. Isto está uma grande merda. Sem energia eléctrica não é possível avançar, só recuar, estagnar. Agora Jonas Savimbi já náo dá para desculpar, acusar. Investir sem energia eléctrica? Por exemplo, o idiota do José Sõcrates que explique isso. E vamos estar assim durante não sei quantos anos. Estes governantes vieram da Idade da Pedra. E já se mostra o caminho do Zimbabué.
angolano:Meu caro, isso é que é uma brincadeira de péssimo gosto, quando fala de país!
É impossível engolir notícias do género que dizem que Angola está no caminho certo em teemos de desenvolvimento. Isto é brincar com os filhos de Angola que vivem numa miséria incondicional de alimento, que vivem numa miséria existencial, que vivem numa miséria de espírito resultante da falta de educação para os angolanos. a maioria vive num analfabetismo colossal ao passo que os dirigentes do partido que compõem o pseudo governo de Angola vivem em luxúrias no meio da desgraça visível à olho nu nos escombros de Luanda, Huambo, Benguela, Banza Congo.
Ultimamente, o sr. presidente anunciou a formação de 6 universidade polos no interior do país. Até hoje não se disse mais nada, os projetos acadêmicos estão todos parados, os alunos não têm aulas, etc. Muitos angolanos na diáspora estão com vontade retornar e ajudar nesses aspectos acadêmicos, mas não se pode confiar no Governo angolano, pois o presidente e seus ministros e dirigentes não é sério em hipótese alguma. O que se vê são as empresas de grande porte nas mãos dos filhos e filhas de sr. presidente e seus generais.
Isso é um absurdo, um pecado contra a humanidade.
Queremos todos voltar pra casa, mas o homem não deixa. É preciso lamber a bota dele e ficar calado, perspectivas de produzir ciências e informação parciais que atendam os interesses dos angolanos.
hoje os anglanos são tratados como porcos num curral estarrecedor!
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