sábado, agosto 23, 2008

Para se perpetuar no poder o MPLA
pretende que a UNITA volte à guerra

A UNITA pergunta, e bem, porque razão o MPLA teve 33 anos para fazer as obras mas só as está a fazer agora. Um dos órgãos oficiais da campanha do MPLA, o Jornal de Angola, diz que “até uma criança tem a resposta na ponta da língua: porque a UNITA, até há seis anos, partia tudo o que lhe aparecia à frente”.

Mas, pelos vistos, a UNITA não conseguiu partir tudo. É que para os filhos do MPLA, ou angolanos de primeira, nunca nada faltou. Aliás, com paz ou sem ela, com a UNITA a partir ou não tudo, nunca os protegidos do regime tiveram dificuldades, como aliás dirá qualquer criança.

Sobretudo se for uma criança nascida fora dos 70% de angolanos que sobrevivem na miséria. E, a fazer fé nos múltiplos exemplos do regime, a UNITA ficou muito longe de ter cumprido a sua missão. Se a tivesse cumprido, certamente teria partido muitas mais coisas, nomeadamente a teta que alimentou os poucos que têm milhões e que se estão nas tintas para os milhões que têm pouco, ou nada.

“Quando se assinou a paz, ainda foi preciso fazer um compasso de espera, para ver se os assinantes da UNITA não voltavam a partir tudo”, afirma um dos órgãos oficiais da campanha do MPLA, o Jornal de Angola. Está, então, explicada a razão pela qual Angola tem ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.

Aliás, até parece que ao MPLA dava uma grande ajuda a UNITA resolver voltar a partir umas coisas. Será por isso que, a exemplo de 1992, continuam as provocações, as intimidações, as afrontas a altos dirigentes da UNITA?

Será que o MPLA quer, para se perpetuar no poder, reeditar o massacre de Luanda em 1992 que o aniquilamento da UNITA e cidadãos Ovimbundu e Bakongos, e que se saldou no assassinato de 50 mil angolanos, entre os quais o vice-presidente da UNITA Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili?

Ou será que o MPLA quer, para se perpetuar no poder e porque a UNITA não parece disposta a partir mais coisas, reeditar a sua brilhante página em que mais de 40.000 angolanos foram torturados e assassinados pelo MPLA em todo o país, depois dos acontecimentos de 27 de Maio de 1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime?

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