quarta-feira, agosto 06, 2008

Media estatal está ao lado do MPLA?
Pudera! A fábrica de dólares é dele...

“O Observatório Político e Social de Angola (OPSA) acusou os órgãos de comunicação social estatais angolanos de se posicionarem "de forma clara" ao lado do partido no poder, o MPLA, num relatório sobre as eleições legislativas de Setembro.

Não vejo onde está a novidade. Há muito, muito tempo já o Eugénio Costa Almeida (http://www.pululu.blogspot.com/) e eu aqui no Alto Hama dizemos exactamente a mesma coisa.

Ainda no passado dia1 - Os conselhos do ministro Manuel Rabelais (não se esqueçam de quem manda dólares) – escrevi que “o ministro garantiu que o seu pelouro continuará a apoiar os órgãos da Comunicação Social, para que os jornalistas tenham melhores condições de trabalho e social. Em cheio. Sejam independentes, rigorosos, isentos, objectivos mas, é claro, não se esqueçam de quem vos manda os dólares”.

No documento, citado pelo Angola24Horas.com com o título "Posição sobre as eleições legislativas de 2008 em Angola", o OPSA exemplifica que num levantamento recente, "detectou que entre Abril a Junho de 2008, nos 91 números do Jornal de Angola, o MPLA surge 22 vezes nos títulos da capa e contracapa".

É claro. Citando a entrevista de Eugénio Costa Almeida à
Rádio Deutsche Welle, a cabeça dos angolanos, mesmo a dos jornalistas, pode estrar politizada, mas a barriga não.

No mesmo período, o Jornal de Angola, estatal e único diário do país, apenas coloca na capa três notícias sobre a UNITA, maior partido da oposição, e a FNLA, o outro dos três partidos históricos de Angola, "apenas" surge uma vez, segundo o OPSA.

O MPLA não brinca em serviço e, por isso, entende que os jornalistas - que paga com o dinheiro que deveria servir também para matar a fome aos angolanos – são livres de dizer o que o MPLA quer que se diga.

Apesar de nomear apenas dois órgãos estatais, o Jornal de Angola e a Televisão Pública de Angola, as críticas do OPSA são direccionadas também para a agência de notícias Angop e a Rádio Nacional de Angola.

Pois. São todos farinha do mesmo saco. Mas, com um pouco de atenção, veremos que não são só os media do estado angolano a fazer de correia de transmissão do MPLA. Em português há muitos que já estão em campanha.

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