O MPLA, partido no poder em Angola desde a independência, em 1975, tem, desde hoje, parte da sua História vertida em mais de 1.000 páginas que narram a vida do movimento entre 1940 e 1976.
O lançamento dos dois volumes, que enquadram os primeiros 36 anos de História do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), surge quando o país se prepara para as segundas eleições legislativas em 16 anos e quando faltam quatro dias para o início da campanha eleitoral.
O primeiro volume, com capa vermelha, narra o período entre 1940 e 1966, e o segundo, de capa preta, conta a vida do partido que proclamou uma das independência em 11 de Novembro de 1975, em Luanda (a outra foi proclama no Huambo pela UNITA e pela FNLA) no período que vai de 1967 a 1976.
Juntas, as duas capas, ambas com uma estrela amarela ao centro, completam a bandeira do partido que governa Angola desde 1975 e que foi um dos três protagonistas da luta nacionalista armada contra o regime colonial português a par da União Nacional para a Independência Total de Angola(UNITA) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA, ex-UPA).
Nestes dois volumes participou mais de uma dezena de autores, entre historiadores, investigadores e actuais e antigos membros do MPLA, entre eles Paulo Júnior, ex-dirigente, e Rosa Cruz e Silva, historiadora, que foram alvo de destaque durante o lançamento da obra, que teve lugar na Cidade Alta, em Luanda.
Afonso Van Dúnem “Mbinda”, antigo dirigente do MPLA, fez a apresentação dos dois volumes e, na ocasião, defendeu que constituem uma “grande contribuição” para os angolanos, particularmente os que não conhecem a história (oficial) do partido.
“São volumes de ouro, porque aqueles que não conhecem a realidade do nacionalismo angolano poderão agora ficar a conhecê-lo, embora não seja uma obra acabada”, referiu Afonso “Mbinda”.
Ainda na cerimónia de lançamento dos livros, o vice-presidente do MPLA, Pitra Neto, disse que este momento assinala "todo um trabalho que o partido vem realizando desde 2004, no domínio da divulgação do seu programa, estatutos, projectos e suas realizações”.
Segundo Pitra Neto, estas obras juntam-se a outras iniciativas do partido para a divulgação da sua realidade, nomeadamente em relação à criação de um portal na Internet, a instalação de um núcleo da biblioteca do partido no Comité Central, a edição do boletim informativo e os cadernos “EME”.
Pitra Neto informou também que novos volumes históricos do MPLA, retratando as fases subsequentes da história do partido, vão seguir-se para que as gerações vindouras conheçam a “verdadeira luta dos angolanos pela paz”.
O vice-presidente do partido no poder avançou ainda com a ideia de se criar em Angola um museu da luta de libertação nacional para servir de "instrumento de educação patriótica das actuais e futuras gerações".
“Nele, seguramente, a epopeia do MPLA vai ter um espaço de assinalável registo e de elevado reconhecimento”, frisou. Esperemos que não seja apenas a do MPLA.
Pitra Neto defendeu igualmente que a história do MPLA "é algo que interessa a todos os angolanos, bem como às instituições e gente de muitos pontos do mundo”.
Os livros, produzidos pela editora angolana, “Nzila”, com uma tiragem de 5.000 exemplares, estarão disponíveis nos próximos dias nas livrarias de Luanda, custando ambos os volumes 10 mil Kwanzas (86 euros), estando prevista também a oferta a instituições públicas, bibliotecas e museus.
De fora dos períodos retratados nestes dois volumes ficam, entre outros momentos importantes, a transição em Angola para o multipartidarismo, no início da década de 1990, o abandono da matriz marxista-leninista do MPLA, e ainda o fim da guerra no país, em 2002.
A obra foi construída ao longo dos últimos quatro anos por uma equipa criada em 2004 pelo Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, também chefe de Estado angolano.
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