Segundo a insuspeita Angop, cerca de 400 professores cubanos para o ensino médio, superior e tecnológico deverão chegar proximamente ao país, no âmbito das relações de cooperação com Angola.
Não está mal. Angola, ou melhor, o MPLA, tem de pagar as muitas dívidas materiais que têm para com Cuba, e esta será – digo eu na humilde ingenuidade de quem (ainda) se revolta – uma forma de continuar (e já é assim há 33 anos) a amortizar o que deve.
À saída de uma audiência com o primeiro-ministro, António Paulo Kassoma, o embaixador cubano, Pedro Ross Leal, não precisou a data da chegada dos professores, mas confirmou que vão mesmo chegar.
Aliás, compreende-se facilmente a situação. Não existem, por essa diáspora fora, profissionais angolanos, luso-angolanos, angolano-portugueses capazes de dar aulas no ensino médio, superior e tecnológico. E como não existem, têm de ser os cubanos a resolver a questão.
Eu sei que custa ouvir coisas destas. Mas se todos nós que amamos Angola e que estamos (in)voluntariamente no exterior, somos analfabetos, é lógico que o MPLA procure alternativas em Cuba, se calhar até na China ou mesmo na Coreia do Norte.
Convenhamos que ter capacidade técnico-académica para dar aulas em universidades portuguesas não significa, só por si, que isso chegue para dar aulas em Angola, onde as exigências são muito maiores.
Ser médico nos melhores hospitais portugueses não é condição sine qua non para exercer em Angola. Ser jornalista nos maiores jornais portugueses também não é, pois claro, razão para exercer a profissão em Angola.
E, seja a nível do ensino, da saúde, da comunicação social etc. todos sabemos que os mestres dos mestres são os cubanos. E se assim é, força camaradas!
2 comentários:
Pode parecer ingratidão.
Mas esta é a maior verdade.
Em 19870 meu pai, um velho enfermeiro do tempo de Salazar, foi parar no hospital, estava lúcido mas sentia-se mal.
Os filhos acharam por bem levá-lo ao hospital que ele viu construir. No tempo do Dr Vaz, do Dr Leitão Marques.
Chamaram o médico de serviço, afinal era um velho colega, que estava a precisar.
Surge o médico um Coreiano.
Meu pai que não era de papas na lingua, abriu os olhos e olhando firme para coreano médico disse-lhe.
Preciso de assistência médica. E não de um amigo. Chamem um médico.
As dívidas do estado devem ser pagas. Independentemente de terem sido contraidas pelo partido A ou B.
Onde andaram esses luso-angolanos durante os anos 80? É necessário que o governo angolano estabeleça acordo com o goveno português para estes regressarem?
Atirar pedras não deve ser a melhor forma de ajudar alguem doente a correr para o hospital.
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