Palmira Lopes, uma angolana leitora do Alto Hama, é da opinião, a propósito das eleições presidenciais em Angola, que se deixasse José Eduardo dos Santos ser o único candidato. É uma, digo eu, boa opção e também um alerta de impacto. Alerta se é que alguém está interessado no assunto, depois de o MPLA ir somar pelo menos mais quatro anos aos 33 que já leva no poder.
Diz Palmira Lopes que, ao que parece, as eleições terão lugar no próximo ano, 2009, e que “tudo indica que as condições serão as mesmas das legislativas: ou seja meios de comunicação social do Estado/MPLA parciais, tribunais sem independência e uma CNE afecta ao partido de Eduardo dos Santos”.
E Palmira Lopes tem toda a razão. Se antes das legislativas foi o que foi, com a vitória esmagadora e humilhante do MPLA, as presidenciais serão bem piores. Aliás, já se viu como o partido do governo, ou o governo do partido, entendem a liberdade de Imprena.
“Como para que haja democracia é necessário que se cumpram alguns pressupostos, como igualdade de tratamento na comunicação social, sobretudo quando ela é do Estado, separação do poder judicial, independência do órgão supervisor de eleições, entre outros, sou de opinião que a oposição, toda em bloco, deveria desistir de comparecer, denunciando ao mundo a farsa eleitoral, deixando o dono do poder numa posição, pelo menos aos olhos do mundo, fragilizada e de pouca legitimidade, mesmo que ganhando com os tão esperadods 99,99%”, diz Palmira Lopes.
Embora concorde, creio que tal não será possível. Por um lado, como diz Palmira Lopes, há sempre a ambição de alguns candidatos pelos milhões de dólares disponibilizados para a campanha e, por outro, se um tal cenário fosse aquilatado pela oposição, o MPLA inventaria alguns fantoches para a corrida. Mas fica a ideia. É de borla.
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