Cerca de 150 milhões de raparigas e 73 milhões de rapazes menores de idade são todos os anos vítimas de exploração e violência sexual no Mundo, segundo um relatório divulgado hoje pelo Comité Alemão da UNICEF, em Berlim.
O relatório do Comité Alemão para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apresentado hoje em Berlim, Alemanha, pelo actor Roger Moore, embaixador de boa vontade daquela organização, estima que milhares de crianças sejam vendidas anualmente para o estrangeiro para fins sexuais.
Acresce que milhões de raparigas e rapazes menores de idade são "anualmente vítimas de violência sexual na escola, área de residência, local de trabalho e prisões", adianta o documento.
Segundo estimativas da UNICEF, apenas na Ásia um milhão de crianças é explorado para fins sexuais todos os anos, entre 60 e 100 mil crianças são vítimas do comércio sexual nas Filipinas, mais de 15 mil crianças prostituem-se diariamente nas regiões turísticas do Quénia e mais de trinta mil na África do Sul (metade das quais menores de 14 anos).
Dados de um estudo das Nações Unidas sobre a violência contra crianças, citados no relatório da UNICEF, apontam que 1,8 milhões de crianças em todo Mundo são anualmente obrigadas à prostituição e à pornografia, enquanto 1,2 milhões de menores são vendidos como mercadorias, principalmente para exploração sexual.
O relatório do Comité Alemão da UNICEF lamenta que, nos últimos anos, o tráfico de crianças, a exploração sexual de menores e a pornografia infantil se tenham tornado em mercados com lucros exorbitantes.
A Articulação Internacional contra Prostituição, Pornografia e Tráfico de Crianças e Adolescentes (ECPAT, nas siglas em inglês) estima que o lucro anual da prostituição e pornografia infantil ronde 12 mil milhões de dólares (cerca de 8,3 milhões de euros), uma actividade altamente rentável que vem logo a seguir ao tráfico internacional de armas ou drogas.
Quanto à pornografia infantil, o relatório da UNICEF na Alemanha lembra que, em 2003, as estimativas do Governo alemão apontavam para que "mais de três milhões de imagens estivessem acessíveis na web", um número que terá aumentado com a maior utilização da Internet, que tem vindo a ajudar a proliferação deste tipo de material pornográfico.
O relatório refere ainda que, segundo a organização internacional 'Innocence in Danger' (Inocência em Perigo), existam mais de 50 mil consumidores regulares de pornografia infantil na Alemanha.
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