A diplomacia levou hoje a comitiva da UNITA que está em Portugal, composta pelo secretário-geral, Abílio Camalata Numa, Adalberto da Costa Júnior e Alcides Sakala, a ter um encontro com com o secretário de Estado, João Gomes Cravinho.
Deixem-me, entretanto, não ser diplomata e manifestar a minha alergia a gentalha do tipo João Gomes Cravinho. Desde logo porque foi este mesmo político e governante socialista que, em Novembro de 2005, numa entrevista ao Expresso, comparou Jonas Savimbi a Hitler.
Tanto quanto sei, não pelas palavras mas sobretudo pelos actos, deverá comparar José Eduardo dos Santos a Deus.
Recordo que o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação do Governo português disse que “Savimbi foi um monstro, um Hitler africano”.
É claro que se Portugal fosse um Estado de Direito, das duas uma, ou o secretário de Estado pedia desculpa aos milhões de angolanos que gostam de Savimbi, nomeadamente à UNITA, ou seria demitido.
Nada disso aconteceu. Concluo, portanto, que de facto e de jure Portugal não é um Estado de Direito.
Do ponto de vista de Cravinho, do qual o Governo não se demarcou, Angola é sinónimo de MPLA e tudo o resto são monstros e hitleres.
Provavelmente terá sido a muito custo que recebeu em audência os discípulos de Jonas Savimbi, sobretudo dois dos que estiveram até à última com o líder a UNITA: Numa e Sakala.
Conclui-se ainda, segundo o governante português, que Angola está cheia de monstros e hitleres, tantos são os angolanos que admiram Savimbi e reconhecem o contributo que deu para a Independência do país.
«Há coisas que não se definem - sentem-se». Foi isto que em 1975 me disse, no Huambo, Jonas Malheiro Savimbi. É isto que João Cravinho nunca compreenderá. A UNITA não se define - sente-se. Jonas Malheiro Savimbi não se define - sente-se. Angola não se define - sente-se.
E porque se sente, e não há maneira de matar o que se sente, é que Jonas Malheiro Savimbi, continuará na História, mau grado as tentativas dos que nasceram cravinhos e que por isso nunca chegarão a cravos.
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