terça-feira, abril 27, 2010

A situação na Guiné-Bissau não justifica
que a “equipa” FELINO entre em acção?

O chefe do Estado Maior General das Forças Armadas portuguesas (CEMGFA) considerou em 24 de Setembro de 2008 estarem criadas as bases da doutrina militar para o emprego de uma força conjunta da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).

Luís Valença Pinto regozijou-se com a participação, pela primeira vez, de forças de todos os países que compõem a CPLP no exercício FELINO no concluído então na área militar de S. Jacinto, em Portugal.

No balanço que fez do exercício conjunto, o CEMGFA considerou que o FELINO 2008 permitiu lançar as bases de doutrina militar para criar uma força conjunta que possa ser activada para missões de paz, sob a égide das Nações Unidas (ONU).

Será que o que se passa na Guiné-Bissau, e que aliás não é caso único neste país da CPLP, não justifica a activação dessa força?

“Portugal ensinou e aprendeu muito e a conduta táctica permitiu recolher referências para essa doutrina militar, cujas base deverão ser testadas em 2009, em Moçambique”, disse Luís Valença Pinto, acrescentando que a construção dessa doutrina militar é condição de base para o emprego comum de forças da CPLP, já que há países de dimensão muito diferente e com realidades distintas das de Portugal, como elemento da NATO.

O CEMGFA salientou que, devido à cooperação militar, seria viável até aqui uma intervenção bilateral ou trilateral, mas não a oito, do ponto de vista militar, dada a necessidade de harmonizar conceitos, técnicas e tácticas, que foi o objectivo do FELINO 2008.

Volto a perguntar: Será que o que se passa na Guiné-Bissau, e que aliás não é caso único neste país da CPLP, não justifica a activação dessa força?

O FELINO 2008 envolveu cerca de 500 militares das forças armadas dos estados membros da CPLP, numa tarefa conjunta destinada a operações humanitárias e missões de paz, com treino cruzado e colocação de forças no terreno.

O exercício FELINO realiza-se alternadamente em cada país desde 2000 para garantir a interoperacionalidade das forças militares, sendo Moçambique a realizar a edição de 2009.

E, por último: Será que o que se passa na Guiné-Bissau, e que aliás não é caso único neste país da CPLP, não justifica a activação dessa força?

Nota: Este texto foi aqui publicado em 8 de Março de 2009. Para que conste.

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