O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, garantiu hoje que não negoceia lugares com o Governo, sublinhando que o primeiro-ministro apenas o informou que tencionava apresentar o nome de Carlos Costa para governador do Banco de Portugal.
Por enquanto, Passos Coelho merece o justo benefício da dúvida. Isto apesar de se saber que, ao longo dos últimos 36 anos, os lugares em tudo quanto o Estado mete a unha sempre foram negociados entre o PSD e o PS, ou entre o PS e o PSD.
No final de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Tondela, concelho onde passou parte da sua infância, Passos Coelho lamentou que, no caso do Banco de Portugal, “não tenha ainda sido possível, por razões constitucionais, que fosse o Parlamento a indicar o futuro governador”.
Mesmo que fosse o Parlamento a indicar o governador, ou outro qualquer “mexiânico” cargo, lá iríamos para à dupla maravilha: PS/PSD. Mas está bem. Esperemos (sentados, como sempre) para ver.
O líder laranja defendeu ainda que “há funções no Estado que não devem depender directamente do Governo”.
“O governador do Banco de Portugal, o procurador-geral da República e os presidentes das entidades reguladoras não têm de estar ao serviço do Governo, têm de estar ao serviço do país. Portanto, devem ser designados, futuramente, pela Assembleia da República”, apontou.
Pois é. Para além da previsível perspectiva de se manter a tal dupla maravilha, o país (ou que dele resta) corre o risco de, como no passado, voltar a ouvir e a sentir na pele o velho adágio popular: olhai para o que eu digo e não para o que eu faço... a bem da nação.
No dia 20 de Fevereiro, no Porto, Pedro Passos Coelho disse que "Portugal estava a bater no fundo". Cá por mim, gostava de conhecer esse Portugal a que se referia o agora líder do PSD. É que o Portugal que eu conheço já há muito bateu no fundo. Que o digam os mais de 40% de pobres ou os mais de 700 mil desempregados.
Como em (quase) tudo na vida, existem pessoas que querem ser os primeiros entre os primeiros, e outras para quem ser o primeiro dos últimos é suficiente. Tem sido assim no PSD.
Agora poderá ser diferente? Temo que os portugueses de tão habituados que começam a estar a viver sem comer, voltem a dizer: poder, pode. Mas não seria a mesma coisa...
1 comentário:
Vão em paz
e que o Senhor vos acompanhe.
Amén.
Se tiverem que pedir fiado
vão directamente ao estrangeiro
não se dirijam ao Primeiro
porque ele está com o crédito muito mal parado
pelo muito que tem esbanjado.
Sabem bem que eu tenho toda a razão
enquanto for da oposição.
Consulino Desolado
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