Com excepção, por enquanto, do soba das ocidentais praias lusitanas a norte (embora cada vez mais a sul) de Marrocos, de seu nome José Sócrates, Augusto Santos Silva é o chefe de posto que sabe de tudo, que fala de tudo, que conhece tudo, que sabe mais do que todos os outros, quer fale como cidadão, quer opine enquanto ministro.
Permitam-me, até porque estiveram hoje os dois na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura do Parlamento português a falar da questão da intenção da Portugal Telecom de comprar uma participação na dona da TVI, que aqui recorde o que Emídio Rangel afirmou (hoje não sei se diria a mesma coisa) de Augusto Santos Silva:
“Não tenho o mínimo de consideração nem de respeito intelectual pelo saloio que detém no Governo a pasta da Comunicação Social…; pelas baboseiras e falta de rigor que punha nas crónicas do ‘Público’, pela arrogância e pesporrência que exibia quando era ministro da Educação e logo a seguir da Cultura, sem ter feito nada, mesmo nada, nem pela educação nem pela cultura, porque o considero um dos ministros mais incompetentes do Governo de José Sócrates…”
Sócrates que não se cuide e, de um momento para o outro, verá Augusto Santos Silva dizer que sabe mais, que é melhor do que o primeiro-ministro. Se calhar até nem é difícil, mas...
E, já que estou em matéria de citações, faço minhas a palavras de Martin Luther King quando disse: "O que mais me preocupa é o silêncio dos bons". E acrescento que, para além do silêncio dos bons, me preocupa a manifesta vocação camaleónica de alguns jornalistas.
Eu sei, e de que maneira!, que é preciso dar de comer aos filhos e pagar as prestações da cubata, mas vamos lá a ter calma e, já agora, alguma coerência.
Que Augusto Santos Silva nos passe um atestado de menoridade e assuma que, ao contrário do comum dos mortais, é catedrático em tudo, seja na comunicação social, na educação, na cultura, na economia, nas finanças, no desporto, na Defesa... é lá com ele.
Não devem, contudo, ser os jornalistas a descer tanto, tanto, a ponto de colocarem ao nível – repito Emídio Rangel – de “um dos ministros mais incompetentes do Governo de José Sócrates”.
1 comentário:
A despesa do acto sexual
O Zé Pinóquio vive numa grande frustração
porque não pode culpar
o anterior elenco governamental
da actual situação
de descrença e descarrilamento total.
Como pensador, pacóvio pouco eloquente,
deve achar que a culpa da situação presente
é de Afonso Henriques, o rei,
que em nome da grei
resolveu fundar Portugal
como Nação,
sem pedir a opinião
a uns quantos:
ao Almeida Santos,
o Senhor advogado da contradição,
que diz que os políticos
deveriam ver ampliada a remuneração,
à Inês que anda a arfar,
a deputada com um ar muito infeliz,
porque não lhe querem pagar
para ela viajar
de e para Paris,
ao tagarela, com ideias só de farelo,
o Zé Lelo,
ao pastor das vacas tolas,
e também Santos, o Capoulas,
ao pensador, de coerência faminto,
o Sérgio Sousa Pinto,
à Estrela, com brilho fusco de breu,
do Parlamento Europeu,
ao megafone, que tanto zurra e uiva,
o Santos Silva
e a muitos outros,
de discurso contrafeito e barato,
do Largo do Rato.
Como laico, o Zé Pinóquio não teme a Deus
mas receia que por aí surjam rateiros
a correr com ele e com os seus:
os falhados, os sem inteligência, engenho e arte,
que só servem para casar os de libido nos traseiros
e aclamar o da Independente, especialista em disparate.
A culpa, a verdadeira culpa da situação
é desta democracia de conveniências
que permite a eleição
de tantas incompetências
para se servirem da Nação,
animados de ideais numa luta
em que A transformam em prostituta,
deixando a despesa do acto sexual
para pagar
pelos que vão votar
no próximo acto eleitoral.
Consulino Desolado
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