"Não desperdicem recursos" necessários para ajudar Mexia, Zeinal Bava e similares

O ministro da Defesa de Portugal, Augusto Santos Silva, pediu às Forças Armadas que saibam "utilizar os meios disponíveis em todo o seu ciclo de vida", para que "não se desperdicem recursos".

O ministro não disse (e não sei se os militares terão pensado nisso) mas poderia – digo eu – ter dado como exemplo os casos de António Mexia e Zeinal Bava que são exemplos de como se não desperdiçam recursos... próprios.

"Devemos saber modernizar e substituir os meios quando, ao fim de 30 ou 50 anos de bons serviços prestados, têm também direito de passar à respectiva reserva ou reforma", afirmou Augusto Santos Silva. Se o exemplo se aplicar também aos donos políticos, não sei se nessa altura ainda haverá país.

O ministro, que falava na Base das Lajes, Terceira, na cerimónia de implementação da aeronave C-295 no Destacamento Aéreo dos Açores, elogiou a Força Aérea Portuguesa por ter "reactivado os helicópteros enquanto aguarda a colocação do primeiro EH-101".

Para que os 700 mil desempregados e os perto de 40% de portugueses que têm a miséria sentada à mesa percebem melhor, dir-se-á que o importante é que poucos tenham muitos milhões e, é claro, muitos milhões tenham pouco e cada vez menos.

Na intervenção que proferiu, Santos Silva que, para além de ministro da Defesa é catedrático em tudo, seja na comunicação social, na educação, na cultura, na economia, nas finanças, no desporto... salientou que, "no conjunto das acções das forças armadas, cabem as responsabilidades crescentes e determinantes na política externa do país".

"Portugal não é uma ilha, é um país que pertence ao concerto das nações e está vinculado a diversas e plurais alianças e organizações, pelo que as Forças Armadas são importantes na definição e aplicação da política externa portuguesa", afirmou.

Ainda bem que Santos Silva explicou que Portugal não é uma ilha se bem que, desde há muito, os espanhóis estejam a apostar em férias junto à fronteira. É que da maneira que o reino luso se afunda... vão ficar com a praias mesmo à porta.

Pouco preocupados com o facto de Portugal ser, ou não, uma ilha, estar ou não a afundar-se, estar ou não a caminho da bancarrota, estão alguns cidadãos do tipo António Mexia (EDP) cujas remunerações referentes a 2009 terão atingido amódica e simbólica quantia de 3,1 milhões de euros.

O mesmo se passa com Rui Pedro Soares, o antigo administrador da PT, envolvido na polémica tentativa de compra da TVI, recebeu em 2009, 1,533 milhões de euros de salários, dos quais 1,035 milhões são relativos a remuneração variável e prémios de gestão.

Ou com Fernando Soares Carneiro, também envolvido na questão TVI, e que só entrou para a Comissão Executiva da operadora em Março de 2009, e que recebeu um salário fixo de 364.100 euros, acrescentando 21.200 euros recebidos nos três meses antes, quando era apenas não executivo.

Algo preocupados estão, por exemplo, os 700 mil desempregados que sabem que os 3,1 milhões euros que António Mexia ganhou significam que ganhou em cada mês 25 anos de salário médio de cada português.