A importância do papel da imprensa na criação de uma consciência cívica nos países em desenvolvimento foi hoje destacada em Lisboa por Victor Ângelo, antigo quadro das Nações Unidas, onde desempenhou funções de secretário-geral adjunto.
Se, de facto, a imprensa é relevante para a criação de uma consciência cívica, é caso para perguntar o que tem andado a fazer (para além de múltiplos fretes ao governo) a imprensa portuguesa.
"Na maior parte destes países as populações estão hoje muito mais informadas e sabem muito melhor o que se passa, não só ao nível internacional mas também a nível nacional, do que sabiam há uns anos atrás. Ou seja, há uma afirmação dos seus direitos, uma afirmação da sua cidadania, que não existia há 10 anos", precisou Victor Ângelo.
Ou seja, é exactamente o contrário (se nos limitarmos à imprensa) do que se passa hoje em Portugal. Quer se goste ou não, há dez anos os portugueses sabiam mais do que sabem hoje. Tinham, na imprensa – corroboro, muito maior diversificação de informações o que era, convenhamos, um factor relevante para a sua consciência de cidadania.
Há dez anos a imprensa ainda dava voz a quem a não tinha. Hoje limita-se a amplificar a daqueles que já têm voz em todos os cantos e esquinas.
Victor Ângelo foi um dos participantes na conferência "Média, Cidadania e Desenvolvimento", no âmbito de "Os Dias do Desenvolvimento", uma iniciativa que decorre no Centro de Congressos de Lisboa, numa organização do Ministério dos Negócios Estrangeiros em conjunto com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).
"Penso que neste momento, os governantes africanos, e não só, os governantes dos países em vias de desenvolvimento, estão muito mais atentos em relação às suas próprias populações do que estavam, por exemplo, há 10 anos atrás", salientou.
É verdade. E, mais uma vez, ao contrário dos governantes de países ditos desenvolvidos, caso de Portugal, que só estão atentos às populações na altura das eleições.
Para Victor Ângelo, que exerceu, designadamente, as funções de representante do secretário geral da ONU no Sudão, Chade e República Centro Africana e Serra Leoa, a atenção que a imprensa suscita representa "uma evolução positiva nestas sociedades"
Nessas em vias de desenvolvimento... talvez. Nas outras, caso do reino lusitano, a atenção da imprensa não está nos milhões que têm pouco ou nada mas, isso sim, nos poucos que têm muitos milhões.
Essa evolução, segundo Victor Ângelo, positiva é traduzida pelo facto das pessoas "conseguirem, gradualmente, fazer ouvir os seus anseios, fazer ouvir os seus direitos e em certa medida começarem a ser escutadas".
Pois é. Tudo ao contrário do que se passa actualmente nas ocidentais praias lusitanas. Aí ninguém ouve os 700 mil desempregados, os reformados de miséria, os 40% de portugueses que já têm a miséria sentada à mesa.
"O acesso à informação, nomeadamente o acesso à Internet, mas não só, também o acesso as grandes cadeias de televisão internacionais, como a CNC, a BBC World, a Al Jazeera, a RTP-África, tudo isso provoca um nível de conhecimento e por isso uma compreensão muito mais clara de quais são os seus direitos e o que devem também exigir dos seus governantes", rematou.
Com esta análise de Victor Ângelo, aos portugueses quase que apetece ir viver para um desses países em (vias) desenvolvimento.
"Na maior parte destes países as populações estão hoje muito mais informadas e sabem muito melhor o que se passa, não só ao nível internacional mas também a nível nacional, do que sabiam há uns anos atrás. Ou seja, há uma afirmação dos seus direitos, uma afirmação da sua cidadania, que não existia há 10 anos", precisou Victor Ângelo.
Ou seja, é exactamente o contrário (se nos limitarmos à imprensa) do que se passa hoje em Portugal. Quer se goste ou não, há dez anos os portugueses sabiam mais do que sabem hoje. Tinham, na imprensa – corroboro, muito maior diversificação de informações o que era, convenhamos, um factor relevante para a sua consciência de cidadania.
Há dez anos a imprensa ainda dava voz a quem a não tinha. Hoje limita-se a amplificar a daqueles que já têm voz em todos os cantos e esquinas.
Victor Ângelo foi um dos participantes na conferência "Média, Cidadania e Desenvolvimento", no âmbito de "Os Dias do Desenvolvimento", uma iniciativa que decorre no Centro de Congressos de Lisboa, numa organização do Ministério dos Negócios Estrangeiros em conjunto com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).
"Penso que neste momento, os governantes africanos, e não só, os governantes dos países em vias de desenvolvimento, estão muito mais atentos em relação às suas próprias populações do que estavam, por exemplo, há 10 anos atrás", salientou.
É verdade. E, mais uma vez, ao contrário dos governantes de países ditos desenvolvidos, caso de Portugal, que só estão atentos às populações na altura das eleições.
Para Victor Ângelo, que exerceu, designadamente, as funções de representante do secretário geral da ONU no Sudão, Chade e República Centro Africana e Serra Leoa, a atenção que a imprensa suscita representa "uma evolução positiva nestas sociedades"
Nessas em vias de desenvolvimento... talvez. Nas outras, caso do reino lusitano, a atenção da imprensa não está nos milhões que têm pouco ou nada mas, isso sim, nos poucos que têm muitos milhões.
Essa evolução, segundo Victor Ângelo, positiva é traduzida pelo facto das pessoas "conseguirem, gradualmente, fazer ouvir os seus anseios, fazer ouvir os seus direitos e em certa medida começarem a ser escutadas".
Pois é. Tudo ao contrário do que se passa actualmente nas ocidentais praias lusitanas. Aí ninguém ouve os 700 mil desempregados, os reformados de miséria, os 40% de portugueses que já têm a miséria sentada à mesa.
"O acesso à informação, nomeadamente o acesso à Internet, mas não só, também o acesso as grandes cadeias de televisão internacionais, como a CNC, a BBC World, a Al Jazeera, a RTP-África, tudo isso provoca um nível de conhecimento e por isso uma compreensão muito mais clara de quais são os seus direitos e o que devem também exigir dos seus governantes", rematou.
Com esta análise de Victor Ângelo, aos portugueses quase que apetece ir viver para um desses países em (vias) desenvolvimento.
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