No artigo anterior, publicado ontem, escrevi que a Guiné Equatorial “não sabe o que é democracia mas, por outro lado, tem fartura de petróleo, o que é condição sine qua non para comprar o que bem entender.
Hoje, como diz o Notícias Lusófonas em Manchete, o investigador do Centro de Estudos Africanos do ISCTE, Gerhard Seibert, afirma que “sem petróleo, a Guiné Equatorial não interessaria à CPLP”.
O investigador do Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) considera que a riqueza em recursos naturais é um "factor importante para essa decisão", já que o pequeno país centro africano "não dispõe das credenciais necessárias em termos de língua nem democracia".
Explica Gerhard Seibert que a descoberta de petróleo e gás natural nas águas territoriais "criou um grande interesse comercial e económico", também por parte dos países lusófonos, precisando que Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau já assinaram acordos de cooperação com Malabo.
O investigador lamenta que uma organização política como a CPLP esteja a ser "utilizada, um pouco, para fins económicos", designadamente para "facilitar a entrada de empresas brasileiras, portuguesas e outras no mercado de investimentos e infraestruturas", dando com exemplo a Petrobas, que já entrou no sector petrolífero, e a Galp Energia, que pode vir a fazê-lo.
Não é preciso dizer mais. Se alguém tiver dúvidas olhe para Angola. É que o pedido de entrada de pleno e total direito da Guiné Equatorial será analisado na próxima cimeira de chefes de Estado e Governo da CPLP, em Julho, em Angola, país que irá presidir à organização e que, por sinal, tem um presidente da República não eleito.
Ah! Mas tem petróleo.
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