A rapaziada socialista está nervosa. Será com receio que a blindagem ao chefe comece a revelar algumas brechas? Será porque há no seio do próprio PS quem esteja farto de apanhar alguns balázios no lugar do chefe?
Hoje, o deputado do PS Ricardo Rodrigues abandonou, em eventual sinal de protesto, a reunião da comissão de inquérito à actuação do Governo na tentativa de compra da TVI, na parte final da audição ao administrador da Media Capital, Juan Herrero.
Já na parte final dos trabalhos, o PSD prosseguia a segunda ronda de perguntas a Juan Herrero quando Ricardo Rodrigues interpelou o vice-presidente da comissão, o socialista Osvaldo Castro, que conduzia naquela altura os trabalhos, por Mota Amaral, o presidente, ter saído mais cedo.
Quando Herrero ia responder, o vice-presidente da bancada do PS afirmou que o PSD já tinha esgotado o tempo de que dispunha. Perante a hesitação de Juan Herrero face à interpelação de Ricardo Rodrigues, Osvaldo Castro disse-lhe para prosseguir.
Ricardo Rodrigues, que não permite protagonismos socialistas por camaradas alheios, também já avisou que o PS abandonará a comissão de inquérito ao negócio PT/TVI, se o procurador Marques Vidal, responsável pelo processo Face Oculta, for ali ouvido como pretende o PSD.
“Se alguma vez algum procurador de um processo vier ser ouvido nesta comissão ou entrarem aqui escutas, o PS abandona a comissão parlamentar de inquérito”, afirmou também do alto da sua sabedoria (presumo que delegada) Ricardo Rodrigues.
Para o deputado socialista, “o PSD, ao pedir as escutas do processo Face Oculta, está a misturar o que é justiça e o que é política”.
“Estou aqui para avaliar responsabilidades políticas e não judiciais”, reforçou, concluindo que “esta comissão é o desprestígio completo da Assembleia da República”.
Cá para mim, o desprestígio completo da Assembleia da República tem, entre outros, um nome que começa a entrar nos anais do anedotário nacional, com ou sem sotaque: Ricardo Manuel de Amaral Rodrigues.
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