De acordo com o Portugal Digital (portal da CCA - Consultores de Comunicação Associados, sediada em Brasília) o MPLA, partido no poder em Angola há 33 anos, pode ganhar as eleições parlamentares do próximo dia 5 com uma maioria qualificada (dois terços).
Recorde-se, a este propósito, que o governo de Luanda (MPLA, o tal que já lá está há 33 anos) contratou a peso de ouro (o povo que continue a morrer à fome) 58 especialistas brasileiros em propaganda.
Segundo a sondagem que só agora (porque será?) o Portugal Digital diz ter tido acesso (aqui no Alto Hama já falei dela no dia 15 do mês passado, «Tudo a postos para a vitória do MPLA»), o MPLA pode ter mais de 150 deputados, de um total de 220 que compõem o Parlamento angolano.
Esta sondagem tem estado há já várias semanas a ser mostrada a personalidades internacionais por dirigentes do partido e/ou governantes afectos ao mesmo.
A iniciativa, abrangendo também diplomatas acreditados em Luanda, é vista como artifício destinado a manter a confiança no MPLA (como se já não bastasse, por exemplo e entre outros, a subserviência do Governo de Lisboa) por parte dos seus parceiros externos, bem como a criar ambiente propício à pré-validação internacional do resultado eleitoral final – por correspondência entre o mesmo e o sentido das sondagens.
Ou seja, se as sondagens (esta e outras já forjadas e que aguardam apenas ordem para serem divulgadas) dizem que o MPLA vai ter 80% dos votos, não será de duvidar que depois de votação o mesmo MPLA apareça com 70 ou 75%. Está, portanto, tudo feito para que o MPLA (à custa de mais uns tantos dólares) coma de cebolada os observadores internacionais para quem – mesmo sem dólares – pouca diferença existe entre um gato e uma onça. Então se houver dólares, não haverá diferença.
A estratégia do MPLA, com a ajuda dos especialistas brasileiros (mas que contam com outros colaboradores lusófonos), passa igualmente pela sensibilização de meios de comunicação para a sua inevitável vitória. Em Portugal, por exemplo, parece ser ponto assente em muitos media que a vitória do partido que governa Angola há 33 anos está mais do que garantida.
Não sei em que critérios, variantes, extrapolações ou supostas sondagens se baseiam. Sei, contudo, que o empresário mais rico de Portugal, Américo Amorim (Grupo Américo Amorim, Galp Energia, Banco Popular, Corticeira Amorim, Banco Internacional de Crédito, Cimangola etc.) é sócio de Isabel dos Santos, filha do presidente da República de Angola e do MPLA...
1 comentário:
Não seria de esperar outro resultado,não só porque por muito que se diga,ainda se vive em ditadura"soft",mas mesmo assim ditadura.A Unita fez um acordo de paz em clara inferioridade,penso que aceitou o que lhe propuseram,pois não estava em condições de exigie nada de tão enfraquecida.Ainda ontem vi uma reportagem na TPA de cerca de dezenas de autocarros com estudantes universitarios que correram o país,praticamente todos nunca tinham saido de Luanda e aí é preciso muito dinheiro e a unita devia ter feito Lobis para ganhar algum,mas pelos vistos nada fez.
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