sábado, novembro 08, 2008

Será que o mundo sabe que em África
vivem pessoas, gente, seres humanos?

Eu sei que são pretos. No entanto, se calhar com a eleição de um para a presidência dos EUA, é altura de a comunidade internacional olhar para África e ver que lá vivem, ou sobrevivem, pessoas, gente, cidadãos, pais, mães, filhos e por aí fora. Será pedir muito?

Vejamos a frieza dos números no que à região da República Democrática do Congo respeita.

250 mil congoleses fugiram das suas casas desde Agosto deste ano.

500 mil ruandeses da etnia tusti foram mortos no pior genocídio desde a Segunda Guerra, em 1994.

5 500 guerrilheiros fazem parte das tropas rebeldes tutsis comandadas por Laurent Nkunda.

17 mil militares fazem parte das tropas da ONU no Congo.

65 toneladas de alimentos e 60 mil litros de água já foram distribuídas pela Cruz Vermelha nos campos de refugiados.

7 meses foi o tempo que durou o último acordo de cessar-fogo entre o Exército do Congo e os rebeldes.

Mas o que é que isso importa? São pretos e, por isso, a comunidade internacional (EUA, Europa, ONU) pode dormir descansada. Dormir e ter, pelo menos, três refeições por dia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como é possível alguem fazer estatísticas sobre o ex-Congo Belga?

A guerra neste Congo começou no dia da independência em Junho de 1960, com hastear da bandeira, e que se iniciou imediatamente a fuga dos "retornados belgas" que serviu de modelo para passados 15 anos aos portugueses.

Portanto esta guerra vai com mais ou menos intensidade em 48 anos e 6 meses.

Fazer estatísticas sobre estes povos só pode ser um gozo de turistas da ONU ou de ONG,s.

Aliás, o procedimento da ONU e das potências daquele tempo quanto ao que se passou ao Ruanda e Burundi e Congo, foi absolutamente criminoso.

Se juntarmos a guerra da vizinha Angola, temos nessa parte do mundo,das zonas mais sacrificadas da nossa era.