sábado, abril 18, 2009

Alertas e diagnóstico já Portugal tem de sobra
- Quando é que se passa a acções concretas?

O Presidente da República portuguesa alerta (e começo a achar com são alertas a mais e acção a menos) para os “meses difíceis que aí vêm”, defendendo um “maior activismo” do Estado mas sem “intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido” e com uma resposta eficaz aos problemas sociais.

Falando na na abertura do IV Congresso da Associação Cristã de Empresários e Gestores, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, Cavaco Silva defendeu que, além de estabilizar e restaurar a confiança no sector financeiro, é “essencial” a defesa do emprego e uma “resposta pronta e eficaz aos problemas de natureza social”.

“Não se trata de governar para os números, nem para as estatísticas. Estão em causa problemas concretos de natureza social, que geram situações de desespero e afectam com especial gravidade os mais desprotegidos”, disse o presidente, sublinhando que a resolução dos problemas é “uma responsabilidade política e, mais do que isso, uma condição necessária para a estabilidade da nossa democracia”.

Porque, continuou o Chefe de Estado, a par do agravamento do desemprego e do endividamento excessivo, aumentam as situações de carência alimentar, de famílias que não conseguem suportar os encargos com a educação dos filhos e de instituições sem recursos para responder aos novos casos que “lhes batem à porta”.

“Este é um período em que se pede ao Estado um maior activismo”, defendeu Cavaco Silva, recusando, contudo “intervencionismos populistas ou voluntarismos sem sentido”, porque os recursos do País são escassos.

“É preciso garantir o máximo de transparência na utilização dos dinheiros públicos”, sublinhou, considerando crucial que a intervenção pública seja ponderada e rigorosa, visando de forma clara a resolução dos problemas concretos e a preparação dos desafios do futuro.

Contudo, continuou Cavaco, este é também um tempo em que se exige às empresas rigor e clarividência social, não devendo a sua responsabilidade esgotar-se na sua área específica de negócios, devendo incluir a promoção da Justiça, da equidade e da valorização humana.

“Há que aproveitar as potencialidades do diálogo no interior da empresa, entre gestores e trabalhadores, no sentido de promover respostas articuladas à crise e de aproveitar ao máximo os recursos humanos disponíveis”, preconizou.

De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperava eu (ingénuo que sou) que tomasse medidas para castigar tanto o ladrão que entra em casa como o que fica à porta. Mas não. Cavaco Silva, na sua qualidade de mais alto magistrado da nação, parece querer castigar as vítimas e não os ladrões.


De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia que visse a quem beneficia a infracção, que argumentos usa para cilindrar a liberdade e sobretudo porque o faz de forma completamente impune.

De um presidente de um Estado de Direito (eu sei que não é o caso de Portugal) esperar-se-ia muita coisa. E não apenas o óbvio para tudo continuar na mesma, para uns relembrarem o António (de Oliveira Salazar) e outros a necessidade de uma nova revolução.

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