Sobretudo o MPLA, mas também a UNITA, “venderam” a ideia de que as eleições são remédio para quase tudo. Infelizmente para o Povo angolano, a votação atenuou a dor da cabeça mas não está a resolver a verdadeira doença.
Primeiramente, segundo as teses do MPLA e de todos os que se alimentam da Sonangol e companhia, era preciso matar o presidente da UNITA. Jonas Savimbi foi morto há sete anos.
Depois, com o controlo absoluto do MPLA e a cobertura de todos os que se alimentam da Sonangol e companhia, o partido que está no governo desde 1975 esmagou a concorrência nas eleições.
Então o que falta agora? Falta o essencial. Falta o MPLA respeitar o Povo angolano. Parece, contudo, que essa é uma missão impossível. O poder absoluto que o MPLA têm desde 1975 fê-lo esquecer que o Povo deve ser respeitado.
Se calhar é por isso que o Povo começa a estar descontente. Começa a ver que prometer não é a mesma coisa que cumprir. Começa a ver que poucos têm milhões e que milhões continuam a ter pouco ou nada.
O Povo continua a não ter água canalizada, continua a não ter electricidade, continua a não ter assistência médica, continua a não ter escolas. Continua, contudo, a ter fome.
Uma das bandeiras eleitorais do MPLA foi quase a promessa de uma casa para cada angolano. Não foi exactamente isso, mas andou lá perto ao prometer um milhão de casas nos quatro anos da legislatura.
Agora, poucos meses depois de ter caçado os votos aos angolanos e de ter calado os democratas ocidentais, o MPLA veio esclarecer alguns pontos importantes da sua estratégia habitacional.
Ou seja, do tal um milhão de casas prometidas, só 115 mil serão da responsabilidade do Estado. Não está mal.
Então, para chegar ao tal milhão, o Estado (MPLA, Eduardo dos Santos) endossa a responsabilidade de 120 mil casas para o sector privado, 80 mil para o sector cooperativo e o grosso da coluna, 685 mil, para auto-construção.
Estou mesmo a ver os perto de 70% de angolanos que vivem na miséria a construir as tais 685 mil casas. Para além de gozar com a chipala dos angolanos, o MPLA assume-se como a força que domina a escravatura que implantou no país.
E não deixa de ser curioso verificar que se algum angolano quiser construir uma casa que não seja de adobo e capim tem de comprar os materiais nos estabelecimentos de gente do MPLA, sendo paradigmático o facto de o Estado manter o monopólio do cimento.
1 comentário:
Irmão,
Faço das tuas minhas palavras. O MPLA e a UNITA são, penso eu,farinha do mesmo saco e banana do mesmo cacho.
O MPLA fez (e continua a fazer) besteiras (políticas). A UNITA fez (e continua a fazer) asneiras (políticas).
Acredito piamente que se a UNITA estivesse no lugar do MPLA faria igual ou pior que o partido no poder.
Por isso, para mim, a diferença entre a UNITA e o MPLA é quase nenhuma.
O MPLA promove, descarada e abusivamente, a exclusão social e económica.
A UNITA tem-se revelado, desavergonhadamente, como uma facção que faz, tacitamente, apologia do regionalismo, tribalismo e do racismo.
Angola precisa de um partido de tipo-novo que possa levar os angolanos a (voltarem) acreditar na política e nos políticos.
Não seria mau de todo se os políticos angolano, que sejam do MPLA ou da UNITA, tivessem a ousadia de seguir o exemplo de Daviz Simango, em Moçambique, que rompeu com a RENAMO e criou o MDM.
O MDM está a ter aderência de militantes da RENAMO e, pasmem se quiserem, da própria FRELIMO...
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