O Parlamento português vai cooperar com a Assembleia Nacional da Guiné-Bissau na elaboração de um conjunto de leis relacionadas, sobretudo, com a saúde e educação sexual e direitos das mulheres, anunciaram hoje deputados dos dois países.
Como se vê, é mesmo disso que os guineenses precisam. Falta-lhes comida, assistência médica, escolas, casas... mas vão com certeza ter boas leis.
Convenhamos, contudo, que as boas leis são vitais para a actual situação da Guiné-Bissau. Creio até que terão em anexo um manual de instruções, do tipo: a lei “x” deve ser tomada acompanhada de leite ao pequeno almoço.
Mas, mesmo neste caso, será complicado cumprir. É que a esmagora maioria dos guineenses não tem leite para beber e não sabe o que é isso de pequeno almoço.
Tudo leva a crer que este contributo dos deputados portugueses irá alterar decisivamente o facto de, segundo os indicadores das Nações Unidas, um em cada 13 partos na Guiné-Bissau acabar com a morte da mulher e apenas 39 por cento dos nascimentos ocorrem com algum tipo de assistência médica. Ou de cerca de 24 por cento das crianças morrem antes de completarem cinco anos de vida.
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