quarta-feira, abril 08, 2009

O Sri Lanka deveria aprender com Portugal
como se assassinam jornalistas sem os matar

Como é do conhecimento público, a UNESCO decidiu atribuir o Prémio Mundial de Liberdade de Imprensa 2009 ao jornalista cingalês Lasantha Wickeramatunge, editor do “Sunday Leader” assassinado a 8 de Janeiro deste ano em Colombo, capital do Sri Lanka.

Revelando que a escolha foi quase unânime, o presidente do júri, Joe Thloloe, destacou Lasantha Wickeramatunge como “um homem que estava claramente consciente dos perigos que enfrentava, mas que ainda assim nunca se calou, nem mesmo depois de morrer”, numa referência ao editorial escrito pelo jornalista dias antes de ser morto, no qual responsabilizava o governo do Sri Lanka pela sua eventual morte.

Saudando a atribuição póstuma deste galardão, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) revelou-se preocupada com a falta de progressos na investigação ao assassinato de Lasantha Wickeramatunge e solicitou às autoridades cingalesas que entreguem o caso a uma comissão de inquérito independente.

Por esse mundo fora ainda existem muitos países que devem aprender com Portugal a melhor forma de lidar com os jornalistas.

Mesmo que não queiram aprender directamente com o mestre dos mestres, de seu nome Augusto Santos Silva, ministro do Governo socialista(?) de José Sócrates, poderiam ver o que se passa nas ocidentais praias lusitanas.

Nesse reino, tal como em qualquer outro Sri Lanka, o que conta são as ideias de poder e não, como defendem os jornalistas sobreviventes, o poder das ideias.

E para que isso aconteça não é preciso pôr os jornalistas a chocar com balas. Aqui ficam algumas informações sobre a metodologia seguida.

Em Portugal, as coisas são diferentes, bem diferentes. Os Jornalistas são assassinados de forma subtil. Uns são comprados (viram assessores, consultores etc.), outros silenciados (prateleiras) e outros vão para o desemprego. Não morrem fisicamente (pelo menos por enquanto) mas vêem a dignidade ir desta para melhor. Mas a sociedade continua a cantar e a rir.

O Governo português lidera a guerra aos Jornalistas, nem que seja por interpostas pessoas, entidades, empresas. Depois de ter comprado os que achou necessários, de ter dado cobertura aos negócios que entendeu vitais para eliminar qualquer tipo de contestação, entrou (nem que seja por interpostas pessoas, entidades, empresas) na fase de arrumar os que (ainda) não se renderam.

Assim, pelas bandas do reino das ocidentais praias lusitanas a norte (mas cada vez mais a sul) de Marrocos, há meios mais sofisticados para atingir os mesmos fins. Não é preciso dar um, ou quantos forem precisos, tiro no Jornalista.

Basta fazer uma reestruturação empresarial (sinónimo óbvio de despedimentos). Quando o Jornalista descobrir que não tem dinheiro para pagar o empréstimo da casa ou os estudos dos filhos... dá um tiro na cabeça.

Porquê os Jornalistas? Porque a verdade é incómoda, seja na Rússia, em Angola, no Sri Lanka ou em Portugal. O que varia são os métodos para calar o mensageiro.

Em Portugal, apesar da guerra que o Governo move aos Jornalistas (nem que seja por interpostas pessoas, entidades, empresas), também não faltam ministros, deputados e políticos em geral (todos de pistola no bolso) a dizer que a liberdade de Imprensa é um valor sagrado.

Sagrado sim desde que não toque nos interesses instalados, desde que só diga a verdade oficial.

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