Os piratas somalis (ou similares) capturaram mais de 250 pessoas e têm 16 navios por sua conta. A NATO, sob comando português, procura pôr ordem na casa.
Mas será que alguém está mesmo interessado em acabar com esta actividade na região do Corno de África?
Desde o início da guerra civil, nos anos 90, que os somalis sequestram navios e pedem resgates. Há sete meses que foi criada a Task Force 150, na qual participam Canadá, EUA, Alemanha, França, Grã Bretanha, Portugal e Turquia entre outros.
Resultados? Piratas unidos nunca serão vencidos. Tanto quanto parece.
A 7 de outubro de 2008, o Conselho de Segurança da ONU declarou guerra à pirataria. A Rússia, embora de forma independente, avançou para a região.
Até agora, com a NATO metida ao barulho, o resultado assemelha-se ao do médico que ministrava penicilina ao filho para curar a doença do pai.
Isto porque ninguém está interessado em ir ao fundo do problema, desde logo por se tratar de África e de um local, a Somália, do qual os donos do mundo (os EUA) não guardam boas recordações.
A Somália desapareceu em 1991 enquanto esboço de um país que nasceu de um parto prematuro em 1960, como resultado do casamento de conveniência entre dois protectorados (um italiano e outro britânico).
Com o fim da União Soviética, exactamente em 1991, acabaram muitos países e outros mudaram de rumo, sendo a Somália o exemplo mais antigo de uma terra de ninguém, podendo o mais recente ser a própria Guiné-Bissau.
Acabada a divisão ideológica do mundo, com a rendição da supostamente toda poderosa URSS, muitos foram os países africanos que ficaram à deriva.
Os somalis, por exemplo, quando chegaram ao meio da ponte que atravessa o rio da vida, pararam para procurar uma razão para que 75% deles vivam na mais catastrófica miséria. Foi então que, perante a indiferença habitual, repararam que nem ponte havia...
Apesar de ser um dos países mais pobres do mundo, não falta quem para lá mande toneladas de caixotes de ajuda alimentar cheios de armas. Aguém está interessado nisso.
Como parece estar interessado em que a Guiné-Bissau também se transforme numa placa giratória, num entreposto, do tráfico de droga. Ou seja, num não-Estado.
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