O presidente da Câmara do Porto (Portugal), Rui Rio, acusou hoje a RTP 1 de "quase" ter limpo a sua imagem das suas opções de informação desde o princípio do ano, tendo-lhe concedido apenas "alguns segundos de emissão".
Já em tempos Rui Rio afirmara algo similar em relação a um jornal da sua cidade mas, como em tudo na vida, não há mal que sempre dure nem deontologias que não se comprem.
Rui Rio, que falava no discurso da sessão comemorativa dos 35 anos da revolução de 25 de Abril de 1974, referiu que a RTP não deixa de aparecer nas actividades da Câmara, "só que as notícias vão, normalmente, para o sítio da televisão pública" - não sendo emitidas nos telejornais.
"Será que esta atitude se deve ao facto de estarmos em ano eleitoral?", perguntou Rui Rio, que desafiou em seguida os presentes a "acreditar que não há qualquer intenção grosseira da televisão pública e que, portanto, tudo isto está a acontecer por simples e mero acaso".
É isso aí. E foi exactamente por simples e meros acasos que o macaco “comeu” a mãe.
Como aconteceu em anos anteriores, a situação na justiça esteve no centro do discurso de Rui Rio, um factor que considera pôr "claramente em causa" a democracia.
A democracia está também em causa, importa recordar, quando em Portugal se põe em causa – como acontece desde há quatro anos – a liberdade de expressão, calando todos aqueles (sobretudo os Jornalistas) que querem dar voz a quem a não tem.
Rui Rio afirmou que a justiça - cujo bom funcionamento considera a base uma sociedade verdadeiramente desenvolvida - "atingiu o patamar mais baixo que alguma vez pensámos que pudesse atingir".
O autarca afirmou que este é "o problema mais grave que o regime atravessa" e atribuiu a culpa desta situação em primeiro lugar aos "próprios agentes do sistema que se têm mostrado incapazes de o gerir" e, em segundo lugar, "ao poder político, cada vez mais enfraquecido", que não tem tido "nem a força nem a coragem para assumir as suas responsabilidades".
Rui Rio citou, a propósito, o facto de o Tribunal da Relação "entender que chamar energúmeno ao presidente da Câmara do Porto não é difamação mas sim liberdade de informação".
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