sexta-feira, abril 24, 2009

Salazar, o Bloco de Esquerda e Otelo

As bancadas parlamentares do PSD e do CDS-PP rejeitaram hoje discutir um voto de repúdio, proposto pelo Bloco de Esquerda, pela inauguração, este sábado, dia 25 de Abril, de uma praça com o nome de Salazar.

Sim. Bem vistas as coisas, quem foi Salazar se comparado com Otelo Saraiva de Carvalho, Costa Gomes, Almeida Santos, Vasco Conçalves, Rosa Coutinho e restante equipa que, em 1975, queria pôr uns milhares de portugueses no Campo Pequeno?

A Câmara Municipal de Santa Comba Dão (PSD-CDS/PP) vai inaugurar sábado a remodelação de uma praça da cidade a que foi dado o nome de Salazar.

De facto, o dia escolhido e não a legitimidade política da inauguração é provocatório. Mas se o 25 de Abril de 1974 restaurou a liberdade... esta deve ser para todos. Ou, como advoga o actual governo português, o melhor é continuar a ter portugueses de primeira (os do PS) e de segunda (todos os outros)?

“Na placa exposta nessa praça, Salazar é apresentado como ‘professor universitário e estadista’, omitindo-se o seu papel histórico como ditador à frente de um regime político anti-democrático e repressivo”, refere o voto de protesto apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE).

Tem razão. Mas será que o BE diria que na promoção de Otelo Saraiva de Carvalho a coronel deveria constar “terrorista responsável pelas FP-25”?

Débil e com laivos de cobardia foi a explicação apresentada pelo PSD e pelo CDS-PP que, pasme-se, rejeitaram discutir hoje esta iniciativa do Bloco, por ter sido entregue fora do prazo regimental para o seu debate imediato”.

3 comentários:

Anónimo disse...

É O PORTUGAL NO SEU MÁXIMO QUE NAO ACEITA O CONTRADITÓRIO.

Lobitanga disse...

Quem nos explica porque estamos cá!?

De Angola fui desenraízado pela força da guerra, para fugir há morte, tive por epitáfio de uma tragédia o nome de "retornado", vim para um local para mim desconhecido, sem família,sem casa, semtrabalho, sem dinheiro.
Procurava trabalho por dever,obrigação para com a minha família constituída por mulher e três filhos ainda crianças e negavam-me trabalho diziam-me na cara não tinham trabalho para "retornados",quantas vezes Deus foi testemunha que sentia vontade de lhes deitar estas mãos (calejadas pelo trabalho nas matas de Angola que ajudei a desbravar para construír vilas e cidades) aos pescoços e parti-los em dois.

Quantas vezes me passou pela cabeça, pegar numa arma e matar todos aqueles que consegui-se, nada tinha a perder! já tudo me tinham tirado, mas Deus era testemunha que ainda me restava a superioridade, a dignidade e a minha família.

Anónimo disse...

bravos retornados isso sim !
trabalhadores , honestos
e gente de bem

PORTUGUESES de bem !

espoliados de vidas de trabalho
construidas a servir
PORTUGAL